Bem Vindo

- Com esta série não é pretendido fazer história, mas sim é visado, ao lado das imagens, que poderão ser úteis aos leitores, a sintetizar em seus acontecimentos principais a vida da Cidade de Porto Alegre inserida na História.

Não se despreza documentos oficiais ou fontes fidedignas para garantir a credibilidade; o que hoje é uma verdade amanhã pode ser contestado. A busca por fatos, dados, informações, a pesquisa, reconhecer a qualidade no esforço e trabalho de terceiros, transformam o resultado em um caminho instigante e incansável na busca pela História.

Dividir estas informações e aceitar as críticas é uma dádiva para o pesquisador.

- Este Blog esta sempre em crescimento entre o Jornalismo, Causos e a História.

Haverá provavelmente falhas e omissões, naturais num trabalho tão restrito.

- Qualquer texto, informação, imagem colocada indevidamente (sem o devido crédito), dúvida ou inconsistência na informação, por favor, comunique, e, aproveito para pedir desculpas pela omissão ou inconvenientes.

(Consulte a relação bibliográfica e iconográfica)

- Quer saber mais sobre determinado tema, consulte a lista de assuntos desmembrados, no arquivo do Blog, alguma coisa você vai achar.

A Fala, a Escrita, os Sinais, o Livro, o Blog é uma troca, Contribua com idéias.

- Em História, não podemos gerar Dogmas que gerem Heresias e Blasfêmias e nos façam Intransigentes.

- Acompanhe neste relato, que se diz singelo; a História e as Transformações de Porto Alegre.

Poderá demorar um pouquinho para baixar, mas vale à pena. - Bom Passeio.

Me escreva:

jpmcomenta@gmail.com






sexta-feira, 26 de abril de 2013


O Bonde da História
* Rio de Janeiro 1859 – Porto Alegre 1864/1970 – Santos 1971*

Bonde em Porto Alegre - Outros Modais
Bonde Elétrico Imperial ou Chopp Duplo - 1908
No Brasil só Porto Alegre possuiu
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Mundo:
América do Norte – Washington*Nova York*Chicago*Seattle*Toronto*Montreal*
Europa - Paris*Londres*Madrid*Moscou*
África - Cairo*Pretória*
Ásia - Tókio*Hong Kong*Shanghai*Délhi*
Oceania - Camberra*Wellington*
América Central - México*Panamá*
América do Sul - Buenos Aires*Caracas*Bogotá*
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Brasil:
Salvador*Rio de Janeiro*Recife*São Paulo*Belo Horizonte*Manaus*Santos*
Rio Grande*Pelotas*
Porto Alegre*

“Acabaram-se os bondes amarelos…
frase me saiu em decassílabo, viste?
E o metro clássico já faz adivinhar um soneto.
Ficou neste verso único.
E deixo o bonde depositado em meu ferro-velho sentimental.
Aqui. Parado. Sonhando. Quem sabe se um dia…”
                                                                          Mario Quintana
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O Bonde Amarelo

Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul situa-se no Delta as margens do Lago Guaíba na ponta norte da Lagoa dos Patos, uma gigante baía dentro do continente com cerca de 200 km de comprimento e 60 km de largura.

- A população da cidade passou de 50.000 em 1800, 100.000 em 1900, para mais de 1.5 milhões em 2000, e o transporte público teve que se aprimorar no passar dos anos, acompanhando este crescimento populacional.

- Por fim seus bondes amarelos, que também foram pretos e vermelhos se foram para sempre. – Será!

Século XIX - 1800
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Bonde a Burro – Trilhos de Madeira

- Porto Alegre sempre foi um Porto próspero, e dois comerciantes locais, o brasileiro chamado Estácio da Cunha Bittencourt e o francês chamado Emílio Gengebre, abriram uma linha de bondes de tração animal, puxados por mulas.

- A Linha Menino Deus foi a “segunda estrada de ferro urbana no Brasil”, precedida somente pela linha da Tijuca no Rio de Janeiro, capital do Império, que foi aberta em 1859.

Em 01 de novembro de 1864, foram iniciadas as obras de colocação dos trilhos de madeira.

Em 1865, foi inaugurado o serviço, a qual foi aberta a linha entre a foz do Riacho junto ao Guaíba, próximo ao Centro da cidade e o Arraial do Menino Deus.

- Os pequenos veículos de tração animal corriam em trilhos de madeira, e tendiam a descarrilar quando chovia. Este veículo a vapor que puxava um carro de passageiros e que fracassou pela lentidão, enguiços e ruídos. O povo apelidou os veículos de "Maxambombas", que era como o carioca chamava sua máquina a vapor, mas aqui em Porto Alegre tem se a certeza que estes veículos utilizavam tração animal, como os bondes que o sucederam.  

Não se tem conhecimento de nenhum registro fotográfico conhecido da Maxambomba.

Em 1866, na edição do jornal satírico "O Século" foi publicada a charge da Maxambomba, no qual o chargista Miguel de Verna satiriza  dizendo que:


"É preciso ser marinheiro de longo curso para não deitar carga ao mar", numa clara alusão aos sacolejos e ao desconforto que os passageiros eram submetidos durante as viagens naquele veículo.


Na fotografia, aparecem os trilhos que serviram a Maxambomba. Eram de madeira e muito irregulares como se pode observar na imagem. Ao fundo a Igreja do Menino Deus.
Fotografia: 1880
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Bonde a Burro – Trilhos de Ferro

Em 1872, no ano do primeiro Centenário de Porto Alegre, a cidade recebeu um grande presente do Governo Imperial, é autorizada a instalação de uma empresa ferro carril.
Na época Porto Alegre tinha 44 mil habitantes e 6 mil moradias.

- A nova empresa adotou o sistema inglês da Bond and Share (origem da palavra “bonde” no Brasil).

Em 19 de junho de 1872, é fundada por Decreto Imperial, de S.M.I. D. Pedro II, a nova companhia, Carris de Ferro Porto-Alegrense - CFPA, que adquiriu bondes novos de John Stephenson em Nova Iorque, EUA.

- Sete meses de obras para instalação dos trilhos, instalou novos trilhos de ferro com medidas em metro ao longo do mesmo percurso da linha anterior com trilhos em madeira.

Em 04 de janeiro de 1873, é inaugurada a linha Menino Deus, um bonde puxado não por burros, mas como a ocasião pedia por uma garbosa parelha de cavalos brancos que conduziu autoridades civis, militares e religiosas desde a Praça da Argentina, junto ao Caminho da Várzea (atual Avenida João Pessoa) no Centro, até o Arraial do Menino Deus, que se ornamentou e as pessoas aplaudiram a passagem do veículo e das autoridades.

- Foi a primeira viagem em bonde da Cia. Carris que começou a transportar os porto-alegrenses, início de uma “Era Histórica na Capital”.

- Embora fossem carros relativamente leves, abertos nas laterais, a dupla de animais precisava de reforço nas subidas.

- Outra parelha ficava no pé das ladeiras, ajudava a puxar o bonde até o topo e depois era levada de volta ao ponto de espera.

- Era comum, os passageiros descerem para ajudar os muares, condutores mal preparados ou mulas teimosas.

- Os bondes tinham apelidos, o sem toldo era o “Vagabundo”, outro era o “Guaíba”, por ser grande.

Em 1873, aconteceu uma das maiores enchentes da história da cidade e interrompeu a linha por meses.

- O primeiro depósito de bondes de Porto Alegre Companhia Carris de Ferro Portoalegrense foi construído no Caminho da Várzea (Avenida João Pessoa), quase esquina com a 1º de Março (atual Sarmento Leite), com três arcos de entrada, para a passagem dos bondes, foi construída a garagem e oficinas em um terreno quase na esquina da João Pessoa com a 1º de Março (atual Sarmento Leite).


 - O edifício garagem que aparece na fotografia foi preservado quando ocorreram as duas ampliações:
- A primeira, em 1908, quando se formou a Companhia Força e Luz;
- A segunda, em 1928, quando o sistema de bondes em Porto Alegre passou ao comando da Bond and Share.

Fotografia tomada em 1873, mostra as primeiras viagens dos bondes puxados por burros no bonde da linha Menino Deus.
A fotografia é do Estúdio Ferrari

Em 1874, novos percursos foram abertos, um saindo do Mercado Público e outro da Igreja da Matriz, passando pela Várzea (atual Parque Farroupilha), neste ano ficaram prontas as ligações entre a Várzea e o Cemitério da Azenha e entre o Mercado e a atual Avenida São Pedro na Floresta.

- Nesta época eram transportados 40 mil passageiros por mês.

Em 1875, os proprietários da empresa entraram em confronto com a autoridade municipal, exigindo aumento de tarifa acima do estabelecido.

- Mas perderam a briga.

Durante os anos 1880, uma terceira companhia foi criada, Carris Urbanos de Porto Alegre - CUPA, instalou trilhos com medidas padrão de 1.435 mm e abriu novas rotas de bonde em outras partes da cidade.

The lithograph below shows a tram passing a German trade fair in 1881 (col. Metropolitan Museum of Art, New York)

Nas duas fotografias acima, tomadas no final do século XIX por Virgilio Calegari, podemos observar o fim da linha de bondes do Menino Deus. Em ambas, aparece a velha igrejinha e os trilhos da parte final do percurso que iniciava na Várzea.
Foi a primeira linha de bondes de Porto Alegre.

Nota:
- Quando da implantação dos bondes elétricos o fim da linha foi extendido e passou a ser a esquina da José de Alencar com a Avenida Praia de Belas.

- A linha Cemitério foi uma das mais antigas implantadas pela Companhia de Carris de Ferro Portoalegrense.
O bondinho subia a rua do Cemitério (Oscar Pereira) e chegava nas proximidades do Cemitério da Santa Casa cujos muros brancos aparecem ao fundo na fotografia (1890 aprox.). A linha era a mesma do Partenon, mas tinha um desvio para o cemitério.

Em 1888, no mapa é possível observar as linhas operadas pela Companhia Carris de Ferro Portoalegrense. Na linha pontilhada aparece a antiga linha da Maxambomba.

Retirado e Modificado do Livro: Cento e Onze Anos de Transporte - Sec. dos Transportes - 1976

Em 1893, a concorrência se instalou, com a instalação da CUPA, quem ganhou foi a cidade, abriram-se várias linhas novas, que serviram os atuais Moinhos de Vento, Floresta, Partenon (onde o Hospício São Pedro existia desde 1884), Bom Fim, Santana e São João.

Nota:
- Muitas das primeiras linhas atendiam interesse dos loteadores, a associação entre a companhia de bondes e os proprietários de terras não demorou a acontecer, tem o caso de Manoel Py, então dirigente da Companhia Carris de Ferro, direcionava os trilhos para essas áreas, que logo se transformariam em loteamentos.
Doava terras para a abertura de ruas, em seguida mobilizava recursos para que fossem instalados os trilhos, assim foi com a Medianeira, Navegantes, Glória e São João.

Em 15 de janeiro de 1893, o presidente do estado (governador) Julio de Castilhos acompanhado do intendente (prefeito) José Montaury de Aguiar Leitão, inaugura as operações da Companhia de Bondes Carris Urbanos.


Em 1895, os pontos de partida das linhas, conforme:

- As duas fotografias acima mostram o local de partidas dos bondes em frente à Praça da Alfandega.

- O outro local era a parte fronteira à Capela do Divino ao lado da Igreja Matriz. Observar que na fotografia de baixo é possível ver as duas bitolas de trilhos utilizadas. Os trilhos que aparecem a esquerda (bitola de 1,4m) são mais largos do que os da direita (bitola de 1m). Observar também que o bonde que aparece à esquerda (da Companhia de Bondes Carris Urbanos) é bem mais largo do que o que aparece à direita (da Companhia Carris de Ferro Portoalegrense).
Fotografias: Irmãos Ferrari - 1885

Em 1895, Manoel Py, cedeu espaços ao poder público para o prolongamento da atual Avenida Franklin Roosevelt e para a abertura de praça e ruas, como Pernambuco, Ceará, Bahia, Paraná, Amazonas e outras. Lucrou loteando os terrenos ao longo de suas vias.

cel. Manoel Py - 1920

Em 1896, No mapa de baixo podemos observar o traçado das linhas das duas companhias e os locais onde chegavam os bondes de tração animal
Retirado e Modificado do Livro: Cento e Onze Anos de Transporte - Sec. dos Transportes - 1976

Os bondes saiam da Rua dos Andradas, em frente a Praça da Alfandega, faziam o contorno pela sete de setembro passando em frente ao Mercado Público e seguiam para o Caminho Novo.
Na fotografia acima um deles passa em frente à Doca ao lado do Mercado.

Na fotografia abaixo aparece em detalhe o bonde da foto de cima.
Fotografia: Irmãos Ferrari - 1895

nNo final do século XIX, Na fotografia acima podemos ver o bondinho iniciando seu trajeto pela Voluntários da Pátria em direção ao Arraial de Navegantes.

Na fotografia abaixo o bondinho já passando pela Voluntários da Pátria  nas proximidades da Rua Ramiro Barcellos.

Até 1899, novas linhas foram instaladas para a Glória e Teresópolis.

Século XX – 1900
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Bonde Elétrico

Este cartão postal mostra o bonde de medidas padrão (esquerda) e os bondes de medidas em metro (direita) na Rua dos Andradas por volta de 1900

Na fotografia acima ele passa na Rua Duque de Caxias quase na esquina com a Marechal Floriano depois de sair do ponto de partida em frente a Capela do Divino.

Na fotografia de baixo ele passa na Pantaleão Telles (atual Washington Luis) para contornar a península e ir ao centro da cidade na Praça da Alfandega.
Fotografias: Irmãos Ferrari - 1900

Em 24 de janeiro de 1906, a Companhia de Carris de Ferro Porto-Alegrense - CFPA e a Companhia de Carris Urbanos de Porto Alegre – CUPA, se fundiram e formaram a nova Companhia Força e Luz Porto-Alegrense - CFLPA, que mais tarde passou a operar todas as rotas de bonde e serviços elétricos na cidade.
A CFLPA começou a eletrificação do sistema de bondes, estabelecendo medidas padrão de 1.435 mm, bitola.

Em 22 de agosto de 1906, foi encomendado 37 bondes elétricos da United Electric Co. em Preston, Inglaterra. (United Electric foi renomeada em 1918 e se associou com a Dick, Kerr & Co.), foram numerados de 1 a 37.

A fotografia abaixo, tirada na Inglaterra antes que embarcassem para o Brasil, mostra um dos 35 carros de 8 bancos, que foi numerado de 1 a 3.

- Os bondes 36 e 37 eram de dois andares, com 8 bancos no primeiro andar e mais 7 colunas de assentos no teto.

Esta foto do nº 36 foi tirada na Inglaterra

- A cidade de Porto Alegre foi a única do Brasil a utilizar bondes de dois andares, apelidados de “Imperiais”, também conhecido pela população como “Chopp Duplo”. Eles serviram durante poucos anos, pois não tiveram boa aceitação, mas faziam sucesso.

Em 10 de março de 1908, inaugura o Sistema Eletrificado Ferro Carril, os bondes 36 e 37 de dois andares, inauguram a linha de bondes elétricos em Porto Alegre.

- A viagem inaugural do Imperial foi no fim da tarde no bonde 37 (Venâncio Aires) saiu do Caminho da Várzea (Avenida João Pessoa) até a Rua Luis de Camões no Partenon.

O Cartão postal abaixo mostra a mesma esquina da Rua dos Andradas que a terceira imagem acima, mas após a eletrificação.
O segundo andar do bonde de dois andares foi coberto. Um bonde de um andar se aproxima à distância

- Os bondes elétricos de Porto Alegre tiveram boa acolhida por parte do público, pois diminuíram o tempo das viagens, e aumentou o número de viagens aos seus destinos.
As linhas iniciais eletrificadas, foram:
- Menino Deus, Partenon, Glória e Teresópolis.

Este cartão postal mostra um dos bondes de um andar na Rua Voluntários da Pátria

Em 1914, circulou o último bonde de tração animal, que atuavam desde o dia seguinte à viagem inaugural, os burros e as mulas pegaram no pesado, por mais de 60 anos.

Entre 1909 e 1920, a United Electric enviou para CFLPA mais dois bondes de dois andares, numerados 38 e 39, oito bondes pequenos e abertos, numerados de 40 a 47, e quarenta bondes fechados, numerados de 48 a 87.

Uma foto tirada pelo construtor do bonde 67 do último grupo

Em 1920, as linhas existentes eram:
- Menino Deus, Partenon, Glória, Teresópolis, Moinhos de Vento, Navegantes e São João.

Bonde na Rua Marechal Floriano - Porto Alegre - 1920

Nos anos de 1920, os bondes abertos foram fechados e os quatro bondes de dois andares foram transformados em bondes com um andar.

O bonde 70, abaixo, em 1957 é da série 48-87 da United Electric mostrada no bonde 67 acima. O "T" identifica a linha TERESÓPOLIS

Outra foto do bonde 70 da United Electric na linha TERESÓPOLIS

Nos anos 1920, circularam os bondes elétricos com reboque, os reboques eram na verdade antigos veículos de tração animal convertidos para esta nova função. Os reboques eram chamados de "Operários", por conta de sua tarifa mais baixa, mas o povo os apelidou de "Caradura".

Vemos duas composições de bondes elétricos com reboque cruzando na Rua Voluntários da Pátria, em Porto Alegre, nos anos 1920

Bonde com reboque na Rua 7 de Setembro - Porto Alegre – 1920

Vemos na imagem um bonde elétrico com reboque trafegar pelo Largo Montevidéu, em Porto Alegre, no ano de 1920

Em 1925, a CFLPA encomendou dez bondes fechados da Ateliers de Construction Energie em Marcinelle, Bélgica: - cinco de vagão único, numerados de 88 a 92, e cinco de vagão duplo, numerados de 101 a 105.

Em 1926, o Governo Brasileiro dissolveu a Companhia Força e Luz de Porto Alegre e formou companhias separadas para transporte e serviços:
- A nova operadora do serviço de transporte por bondes era a Companhia Carris Porto-Alegrense - CCPA.

Em 13 de novembro de 1928, a CCPA foi adquirida pelo conglomerado americano, Electric Bond & Share, criando a Companhia Carris Porto-Alegrense/ Electric Bond & Share – CCPA/ EBS,

- A empresa prestadora do serviço, a Companhia de Carris Porto Alegrense/ Electric Bond & Share, iniciou um programa de modernização da frota, com a aquisição, a partir de 1928, de veículos de diversos fabricantes.

Em 31 de dezembro de 1928, a nova CCPA/EBS encomendou 20 bondes de vagão de eixo duplo da J. G. Brill na Filadélfia, EUA, que foram numerados de 106 a 125 em Porto Alegre.

Bonde Brill 117 da sua série, levemente modificado, fotografado na Av. João Pessoa em 1957. Na placa de identificação lê-se MENINO DEUS

Em 1929, a CCPA/EBS comprou 32 bondes "Birney" de segunda mão da cidade de Baltimore, EUA, que foram numerados de 126 a 157, e oito do mesmo tipo da Eastern Massachusetts Street Railway, perto de Boston, EUA, que foram numerados de 158 a 165. Todos haviam sido construídos pela Brill no início dos anos de 1920.

Em 1933, a CCPA construiu 10 carros "Birney" por si própria, os chamou de Millers e os numerou de 166 a 175.

Em 1934, adquiriram 20 bondes de segunda mão da Richmond Railways, em Staten Island, Nova Iorque, EUA, que haviam sido construídos pela Osgood-Bradley em Massachusetts nos anos de 1920. Eles sofreram bastantes reformas em Porto Alegre e foram numerados em uma nova série de 1 a 20, para substituição.

Nesta foto de 1957 é possível ver o bonde Staten Island 12 com cores bem diferentes. Este bonde está designado para a AUXILIADORA.

Em 1935, houve a mudança de mão de circulação, pois os bondes trafegavam na mão esquerda, por conta da influência dos ingleses, que implantaram o serviço de bondes elétricos.

Em 1936, a CCPA comprou mais 20 bondes da Eastern Massachusetts Street Railway, construídos em 1923 pela Kuhlman, que foram numerados de 21 a 40.

Em 1937, eles juntaram 14 Baltimore Birneys, foram construídos sete bondes de lado curvo e eixo duplo, que foram apelidados de "Texanos" e numerados de 41 a 47.
O número 47 é designado DOM PEDRO II.

No ano de 1940, trouxe consigo quatro bondes grandes de York, Pensilvânia, EUA. Três unidades principais construídos pela Brill foram numeradas de 176 a 178, depois de 101 a 103; um "Eletromóvel" construído Osgood-Bradley foi numerado 179, e depois 100.

O bonde Brill 102, ex-177, fotografado na Av. Protásio Alves, perto do fim da linha PETRÓPOLIS

Em 1940, também chegaram doze bondes de 12 janelas que da Perley Thomas Car Works em High Point, Carolina do Norte, EUA, construiu para a cidade de Miami em 1925. Eles foram numerados de 180 a 191 em Porto Alegre, e depois renumerados de 88 a 99.

Uma foto do ex-bonde de Miami, número 98 em Porto Alegre, designado AZENHA

Em 1946, mais 25 bondes de eixo duplo, construídos pela Osgood-Bradley, em 1927 para a Worcester Street Railway em Massachusetts, EUA, foram enviados para Porto Alegre. Sua nova numeração em Porto Alegre foi de 126 a 150.

Ex-bonde da Worcester, número 137 em Porto Alegre, fotografado em 1957

Com os 130 bondes Americanos,
89 Ingleses e
10 da Bélgica,
e suas adaptações realizadas nas oficinas da Cia. Carris.

- Com o programa de importação de veículos pela Eletric Bond & Share, tornaria Porto Alegre a Meca para entusiastas de Bondes Norte Americanos nos anos de 1950 e 1960, um verdadeiro Museu a céu aberto.

Um ticket da CCPA – "válido até 1968":

Ficha da CCPA:

Na década de 1950, a concorrência dos ônibus e lotações com os bondes começava a se intensificar.

Em 1950, haviam os veículos fechado do tipo de dois trucks, que foi adquirido pela administração norte-americana com a finalidade de modernização da frota.

A imagem mostra um bonde da Cia. de Carris Porto Alegrense trafegando pela Av. Borges de Medeiros, em Porto Alegre, em 1950.

Mercado Público - 1951

Em 29 de novembro de 1953, foi aprovada na Câmara Municipal de Porto Alegre a encampação pela Prefeitura de Porto Alegre do controle acionário da empresa americana CCPA/ Electric Bond & Share.

Em 19 de fevereiro de 1954, os americanos retornaram a operar no transporte da cidade. O novo Departamento Autônomo de Transportes Coletivos – DATC.

Nota:
- Informou que até 1961, 89 milhões de passageiros foram transportados pelos bondes em 105 Anos do sistema.

A imagem mostra um bonde Brill Birney (1928), da DATC, linha Navegantes.
Parado em frente à Escola Normal 1º de Maio, em Porto Alegre – 1963

A imagem mostra um bonde Brill (1928) da DATC, linha Auxiliadora - 1963. Está na Praça 15 de Novembro
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Trolleybus

No dia 07 de dezembro de 1963, o DATC decidiu substituir o transporte sobre trilhos por ônibus (pois os bondes eram considerados muito lentos) e inaugurou a linha Trolleybus, cinco unidades Massari deslocaram-se entre o Gasômetro e o Menino Deus, pelas ruas onde os bondes de tração animal originaram as linhas de bonde 102 anos antes.


- Planejava-se instalar 100, mas foram comprados 9, sendo quatro usados. Entre os investimentos, era necessário readaptar a voltagem das redes dos bondes.

Vemos na imagem um bonde Brill (1928) da DATC, linha Partenon - 1968

A imagem mostra um bonde Perley Thomas (anos 30 e 40) da DATC,  linha Azenha - 1968.

Em 1969, a linha instalada do Trolleybus foi encerrada.
Os trólebus acabaram vendidos para a cidade de Araraquara, São Paulo.

Rua Riachuelo - 1969
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O Grande Erro
A Mudança de Modal

O Passeio da Saudade

- Exceto pela cidade de Santos, SP, em 1971, Porto Alegre foi o último grande sistema de bondes a encerrar as atividades no Brasil.

Assim, Porto Alegre foi a segunda a instalar o sistema de Bondes no Brasil e a penúltima a encerrar a atividade.

Em 08 de março de 1970, 62 anos depois da inauguração do primeiro bonde elétrico, o Prefeito Telmo Thompson Flores, jornalistas e convidados percorreram as linhas Partenon, Glória e Teresópolis.

- Naquele dia, os passageiros não pagaram passagem, o DATC utilizou o último bonde o número 113 em Porto Alegre.

Em 1970, logo após a desativação do sistema de bondes de Porto Alegre, aparece a garagem e oficinas da Companhia Carris Portoalegrense na esquina da Sarmento Leite com João Pessoa. A seta vermelha está indicando o módulo original construído em 1873.

Em 09 de março de 1970, começou o trabalho de retirada da rede, dos trilhos ou sua cobertura com asfalto.

- Foi uma morte anunciada, pois nos anos 1950, os ônibus transportavam mais e mais passageiros. As distâncias ficaram maiores com a expansão e desenvolvimento da cidade e os bondes muito lentos, foram ficando para trás.

- A maior parte da frota de bondes foi destruída, mas o DATC guardou o modelo Texano número 46 e vários modelos Brills, incluindo o 113 e o 123.

Em 1970, o bonde número 113 o último a operar, encontra-se agora no Museu Joaquim José Felizardo, na Rua João Alfredo, em Porto Alegre.

- O número 123 está atualmente na recepção do escritório da Cia. Carris Porto-Alegrense na Rua Albion.

Outros Sistemas
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Aeromóvel

No dia 11 de abril de 1982, o primeiro trecho de 0.6 km em estrutura elevada, do nada convencional Aeromóvel de Porto Alegre (tipo de VLT), operado pela Coester, começou a transportar passageiros, em nível experimental pela Av. Loureiro da Silva, contendo duas estações, partindo da Estação Gasômetro até a Estação Loureiro da Silva junto ao prédio da Receita Federal.
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Trem Metropolitano

Em 04 de março de 1985, os primeiros 27 km do Metrô de superfície, operado pela Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. - Trensurb, foram inaugurados. As medidas são de 1.600 mm e os trens foram construídos pela Nippon Sharyo, no Japão.
São 6 estações em Porto Alegre:
Estação Central Mercado,
Estação Rodoviária,
Estação São Pedro,
Estação Farrapos,
Estação Aeroporto,
Estação Anchieta.

- A linha foi estendida e está em operação nos dias de hoje, atende Porto Alegre e outros 5 municípios da Região Metropolitana diretamente.

Durante os anos de 1990, o bonde número 123 foi colocado na Praça XV de Novembro, no Largo Glênio Peres, sobre trilhos ali instalados, como lembrança do passado recente, depois foi retirado.

A fotografia abaixo foi tirada em Julho de 1994. Um pedaço do trilho permaneceu, mas a fiação aérea foi retirada há muito tempo atrás.

Século XXI - 2000
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Bonde Histórico

Em maio de 2003, a Trensurb, o Ministério das Cidades, a Prefeitura de Porto Alegre, a Carris, a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e a Associação Cultural Amigos do Bonde firmaram convênio visando realizar estudos e projetos para viabilizar a implantação do Projeto “Bonde Histórico de Porto Alegre”.

A fotografia abaixo, de dois Brills não identificados e do Texano 46, foi tirada em Outubro de 2006, em um parque perto de Gravataí, 30 km a leste de Porto Alegre

Projeto Bonde Histórico – a Trensurb trabalha para trazer de volta o charme dos bondes para a capital dos gaúchos.

- Encampado pelo Projeto Monumenta, que prevê uma série de ações para revitalizar o centro cultural da capital gaúcha, a ação propõe reintroduzir o tradicional veículo, desativado em 1970, com uma rota que vai do Mercado Público até a Usina do Gasômetro, valorizando, assim, uma região de grande potencial turístico da cidade.

- Para captar estes recursos, a Associação Cultural Amigos do Bonde irá encaminhar uma solicitação de Apoio a Projetos, na modalidade de mecenato, junto ao Ministério da Cultura, assim que o projeto de engenharia e operacional estiver concluído pela Trensurb. Definindo os custos exatos do mesmo, à Trensurb, caberá a gestão do projeto.

Confira o traçado da via, a localização das estações de embarque/ desembarque e outras informações acessando o link abaixo:
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Curiosidades no Transporte:

“Ônibus”

Em 1926, o primeiro ônibus começou a circular em Porto Alegre.

“Bonde da Polícia”

Bonde norte-americano fabricado em 1927 e que pertenceu a Companhia Carris Porto-Alegrense foi reformado em agosto de 2007 pelo Departamento de Polícia de Trânsito do Rio Grande do Sul. O veículo que já transportou os habitantes de Nova York, de Boston e da capital gaúcha, agora serve de local para o atendimento das ocorrências criminais no trânsito de Porto Alegre.

"Choro composto em um bonde"

Em 1917, o músico Octavio Dutra (1884-1937) embarcou em um bonde da Cia. Carris em Porto Alegre sentiu-se inspirado e começou a rabiscar em uma folha de papel. Nascia, há 90 anos, o "Choro composto em um bonde”, que você escuta neste vídeo que mostra fotos antigas dos veículos elétricos da Carris na capital do Rio Grande do Sul. Músico exímio, compôs cerca de 500 canções, entre valsas, choros, polcas e outros ritmos. Recordista nacional de direitos autorais em gravações de discos no ano de 1915 formou um grupo, o Terror dos Facões, que é considerado um dos melhores da história do choro brasileiro.

“Carnaval no Bonde”

Na década de 1950 e 60 durante o período de carnaval, havia o Bonde do Carnaval, onde as pessoas fantasiadas que se deslocavam para os desfiles ou bailes, começavam a festa junto aos bondes. – Bons Tempos!

“Bondes Abandonados”

Estão espalhados por vários locais os ainda resistentes bondes ignorados em Porto Alegre.

Bonde + Aeromóvel + Portais da Cidade + VLT + Lotação +Táxi + Ciclovia + Metrô =
Cidade Perfeita
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Bonde Turístico
Corredor Cultural
Por Filipe Wells

O Ministério do Turismo assegurou R$ 400 mil para projeto de retomada do veículo Substituídos por outras formas de transporte coletivo em 1970, os bondes ganharam ontem um novo impulso para voltar às ruas da Capital.
O governo federal garantiu R$ 400 mil – de um total de mais de R$ 1 milhão – para o estudo de viabilidade da retomada do veículo como atração turística, prometida desde o começo dos anos 2000. O anúncio ocorreu durante encontro entre a Prefeitura e a Trensurb.
A idéia é de que seja criada uma linha de bonde elétrico que passe pelos principais pontos turísticos e culturais do Centro Histórico, como Praça XV, Mercado Público, MARGS, Memorial do RGS, Santander Cultural, Museu Hipólito da Costa, CCMQ, Área Militar, Igreja das Dores, Cais Mauá e Usina do Gasômetro.
Nas estações, deve haver quiosques com informações sobre as localidades visitadas e acerca da história deste meio de transporte em Porto Alegre.
Dois carros antigos devem ser restaurados para voltarem a circular em um trajeto de 3,3 mil metros de trilhos e via aérea simples.
Apesar de a promessa de retomada do bonde já ter cerca de uma década, foi só no final de 2009 que ganhou consistência. Isso porque a prefeitura pediu a inclusão da proposta no Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur).
– É um equipamento diferente. Remete ao passado, tem um aspecto lúdico – afirma o secretário municipal de Turismo, Luiz Fernando Moraes.
O superintendente de Desenvolvimento e Expansão da Trensurb, Humberto Kasper, cita Santos, no litoral paulista, como um exemplo em que a implantação teve sucesso.
– O bonde traz vida. As pessoas se deslocam muitas vezes só para andar nele – afirma. Além de avaliar o impacto da inserção do bonde, o estudo de viabilidade servirá como base do projeto de implantação da atração turística.
Ainda não há previsão de prazo para que o veículo retome as ruas.

Zero Hora.com
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O Bonde da Capital

“... E deixo o bonde depositado em meu ferro-velho sentimental.
Aqui. Parado.
Sonhando.
Quem sabe se um dia …”

Um dia o poeta Mario Quintana escreveu os versos que profetizavam o futuro.
Ainda não há uma data final, mas o projeto Bonde Histórico está nos trilhos e percorre um cronograma com marcos importantes previstos.

Passados 40 anos do dia 08 de março de 1970, quando os freios pararam as últimas rodas do último bonde em Porto Alegre, o retorno está delineado e abrange um plano maior de recuperação do centro da capital.

O antigo veículo elétrico, agora com as vestimentas de um plano turístico, é tratado na prefeitura como âncora do projeto Corredor Cultural, um dos tantos que fazem parte do programa Viva o Centro, área pela qual circulam mais de 400 mil pessoas por dia.

No caso do Corredor Cultural, base do trajeto de uma nova linha de bonde, é preciso mudar a cara das ruas e dos prédios. O que já foi bom ou é bom agora precisa ser realçado, ganhar consistência para atrair as pessoas. E tem muita coisa interessante. Só para citar três exemplos: a Casa de Cultura Mario Quintana, o MARGS e o Memorial do Rio Grande do Sul.
Alguém imagina quantos minutos ou horas dá para gastar nestes lugares sem sentir o tempo passar? Criar um ambiente agradável é imprescindível, e para se ter uma rápida idéia do que isso significa:
– A Rua Sete de Setembro, que já foi de cinema e de bancos, deverá ser bem redesenhada. A calçada será alargada para receber bares e restaurantes, e os proprietários de prédios serão estimulados a tornar as fachadas atraentes.

Faltam muitas respostas para o projeto, inclusive as técnicas. Como os porto-alegrenses do novo século reagirão ao bonde é uma das dúvidas.
Convidamos os escritores Moacyr Scliar e Luis Fernando Veríssimo para um exercício de imaginação sobre este velho futuro que se aproxima. Os dois apostam em soluções tecnológicas para problemas como, o ruído excessivo, um Veríssimo mordaz comenta: - a chance de se repetir hoje alguma cena glamourosa de tantas décadas atrás:

– “Glamourosa quem sabe, mas como Porto Alegre ainda tem muitas carroças, puxada a cavado, imagina-se que um acidente com um bonde e uma carroça será uma espécie de apoteose nostálgica”.

Sem ironias, a realidade é que por trás da nova paisagem ficará escondido um trabalho exaustivo de pesquisa sobre o que precisa ser feito nos leitos das ruas para implantar os trilhos, os melhores lugares para as estações do bonde, sinalizações especiais e sobre como será a convivência com automóveis e ônibus pelas ruas do percurso previsto.

Graças à verba de um convênio com a União, o projeto já está sendo tocado.
Se o bonde andar mesmo, daqui a algum tempo poderemos descobrir se Scliar tinha razão neste comentário:

– “Muitos romances devem ter nascido em bondes,
e nada impede que isso aconteça de novo…”

Zero Hora.com
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Provável Trajeto Bonde Turístico:

Saída do antigo Abrigo dos Bondes, seguindo pela Rua Sete de Setembro, Rua General Portinho, Rua dos Andradas e Rua General Salustiano onde será executado um terminal. O trajeto de volta passa pela Rua General Salustiano, Rua dos Andradas, Rua Vigário José Inácio e Avenida Otávio Rocha, novamente Praça XV de Novembro.

Diretrizes formuladas pelo Grupo de Trabalho do Programa Viva o Centro, composto pelas seguintes secretarias: SPM, SMAM, SMIC, SMC, SEASIS, EPTC e PGM.
Processo para captação do projeto executivo através de Lei Renout em andamento, com captação de recursos junto a estatais.

Investimento:
Custo estimado do projeto R$ 600.000,00
Custo estimado da obra: R$ 17.000.000,00
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Propostas:
Aproveitar o projeto de revitalização do Cais Mauá e integrá-lo com o Projeto Bonde Histórico.

Corredor Cultural ou Anel Cultural

O traçado do bonde vai até próximo à Usina do Gasômetro segundo o projeto. A partir daí pela minha proposta seguiria em direção ao caís, sendo interligado com os trilhos ainda existentes junto aos armazéns.

Daria para fazer também uma ligação entre o Cais Mauá e a Praça da Alfândega pela Avenida Sepúlveda, fazendo assim com que o trajeto seja circular.

Imaginem pegar o bonde no abrigo da Praça XV, passar em frente ao Mercado Público pelo Largo Glênio Peres, Prefeitura, Av. Sete de Setembro, entrar na Praça da Alfândega em frente ao Santander Cultural, em seguida o bonde dobra pela Av. Sepúlveda entre o Memorial do Rio Grande do Sul e o MARGS, indo em direção ao Pórtico Central do Cais Mauá, virando em direção ao Largo do Gasômetro (percorrendo os trilhos ainda existentes entre os armazéns e a Avenida Mauá, fazendo assim ainda mais jus ao nome Bonde Histórico.
O trajeto de volta seria o original do projeto, desde o Gasômetro pela Rua da Praia, descendo a Rua Vigário José Inácio e Av. Otávio Rocha, Abrigo de bondes da Praça XV.

Assim teria uma ótima integração de todo o projeto de revitalização do centro, "levando a Rua da Praia novamente à beira do Guaíba de bonde, via Cais Mauá.

Poderia ainda haver uma linha de bondes modernos (os VLT que vemos por varias cidades pela Europa) compartilhando a mesma via. Afinal apenas 2 bondes antigos serão reformados para circular nesse projeto.
O VLT iria cobrir a capacidade ociosa dessa linha, integrando-se com o Trensurb, o Portais da Cidade e a futura linha 2 do metrô - criando assim um interessante Multi-modal de Transporte Público no centro, completamente integrado com sua revitalização.

Ninguém Pensa,
Ninguém Planeja,
Ninguém Projeta,
Ninguém se Comunica,
Coloca uma idéia na cabeça, e pronto, é isto.
- Falta continuidade, visão e planejamento.

Faltou mencionar os Floristas, que fazem falta no entorno.

Falta o Charme!

Lembranças sobre os trilhos da Capital
Por Mario H. Miotto

- Mario morava no Bom Fim, próximo do Instituto de Educação. Utilizei bastante os bondes do Menino Deus, pois cursei o CPOR situado na encosta do morro Santa Tereza. A pé, por meio da Redenção, eu ia para a Rua da República e, por ela, até a Rua José do Patrocínio, onde tomava o bonde que iniciava a viagem no abrigo da Praça XV, atrás da Casa Guaspari.
O bonde subia a Av. Borges de Medeiros, passava sob o viaduto da Rua Duque de Caxias, dobrava à esquerda na Praça Gen. Daltro Filho e seguia pela Rua José do Patrocínio. Dobrava à direita na Rua da República até a Rua João Alfredo, pela qual chegava à Av. Getúlio Vargas, terminando seu percurso na José de Alencar, próximo da Av. Praia de Belas.

Em vias com canteiro central, como a Borges e a Getúlio Vargas, a linha do bonde era ao longo dos canteiros, e o embarque e desembarque eram pelo lado esquerdo do veículo, que não tinha portas. Nas demais vias, era pelo lado direito. Até o início dos anos 1950, os bondes eram o único meio de transporte coletivo em Porto Alegre, em função da exclusividade de que gozava a Companhia Carris Porto-Alegrense.
Nesse tempo, foi encontrada uma "brecha" que permitiu a operação de microônibus, sendo que no Menino Deus a empresa se denominava Trevo, que, posteriormente, como outras, passou a operar com ônibus.

Nos bondes, viajavam pessoas comuns, de humildes a bem vestidas, senhoras de bolsa e salto alto, gente chique mesmo. Os homens cediam lugar para as damas, e os jovens também cediam lugar para pessoas mais velhas. Coisas quase inimagináveis atualmente. O cobrador, uniformizado com roupa caqui, calça, casaco, camisa, gravata e quepe, percorria o bonde de um extremo ao outro. Nas paradas, ele saía de um extremo e entrava pelo outro. As cédulas, ele dobrava no comprimento e colocava no vão entre dois dedos de um das mãos. As moedas, muito comuns na época, eram acomodadas na outra mão, com os dedos unidos, formando quase uma concha, como uma pilha.
O cobrador andava, tendo que lembrar quem havia pagado e quem não, e fazia um movimento com as moedas que tilintavam, avisando aos passageiros, que ele estava chegando, para prepararem o dinheiro.

Companhia Carris Porto Alegrense

Em 2010, 137 anos da inauguração do sistema de bondes, fundada em 19 de junho de 1872.

Em 2008, também marcou outras comemorações importantes:
- No dia 15 de janeiro 1873, 115 anos do início da operação da Cia. Carris Urbanus.
- Em 1906, da fusão da Cia. Carris Urbanus com a Cia. Carris de Ferro, surgiu a Companhia Força e Luz, que teria o monopólio do transporte por bondes na Capital e seria responsável pelo fornecimento de energia elétrica.
- Em 1926, a empresa passa a receber o nome definitivo: Companhia Carris Porto-Alegrense.
- Em 10 de março 1908, 100 anos da primeira viagem de bonde elétrico de dois andares na Capital.
- No dia 18 de março, há 20 anos, o projeto Memória Carris teve início.
- No dia 31 de março, os 35 anos da inauguração da atual sede da companhia, na Rua Albion, bairro Partenon.
- Em 13 de novembro, há 80 anos, a Carris passou a ser administrada pela empresa norte-americana Electric Bond & Share, o controle acionário durou até 1953, nesta época foi um grande desenvolvimento no setor.
- Em 29 de novembro de 1953, foi aprovada na Câmara Municipal a encampação pela Prefeitura, há 55 anos.

Assista o vídeo institucional da Companhia Carris Porto-Alegrense, a mais antiga empresa de transporte coletivo do Brasil em atividade.

Fontes:
Jaime Muller
Sites
Blogs
MARIO HELVIO MIOTTO | Ex-morador do Bom Fim, secretário municipal de Trânsito e Transportes de Piracicaba (SP)
site www.portoalegre.rs.gov.br e livro Memória Carris - Crônica de uma História Partilhada com Porto Alegre, organizado por Cinara Santos da Silva e João Timotheo Esmerio Machado (1999)


quinta-feira, 25 de abril de 2013



Assis Brasil, Joaquim Francisco de   
Princípios – Homem
Liberdade – República
Do Império a República

Um dos políticos gaúchos mais atuantes na vida do país durante a primeira metade do século XX, Vida atuante em Porto Alegre.


A trajetória pública do político e intelectual, personagem-chave para o estudo da experiência liberal e democrática no Brasil. O deputado e diplomata gaúcho – que começou a carreira política e parlamentar no Império, integrou as constituintes de 1891 e 1933 na República – inspirou e supervisionou o Código Eleitoral de 1932, que contém as diretrizes gerais do processo eleitoral contemporâneo.

A Avenida

A Avenida Assis Brasil é uma importante avenida da cidade de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul. É a principal via de fluxo da zona norte.

Começa no bairro São João, onde acaba a Avenida Benjamin Constant, e termina junto à ponte do rio Gravataí, nos limites do município. Percorre os bairros São João, Passo d'Areia, Cristo Redentor, Jardim São Pedro, Sarandi, Santa Maria Goretti e São Sebastião.

Foi conhecida inicialmente como Caminho do Passo da Areia, e era um dos segmentos da velha Estrada da Aldeia dos Anjos, que desde o século XVIII ligou a vila de Porto Alegre à freguesia de Aldeia dos Anjos de Gravataí (atual município de Gravataí).

A partir de 1855, a Câmara Municipal revelou preocupação com a melhoria dessa estrada, mandando efetuar diversos consertos na estrada.

Em 1929, A expansão e o crescimento econômico da cidade incorporaram o antigo caminho à malha urbana, o que se refletiu no plano de pavimentação executado pelo intendente (prefeito) Alberto Bins.

Em 04 de fevereiro de 1944, por Decreto Municipal determinou o alargamento progressivo da artéria, mediante recuo das construções.
E, em razão desse processo de urbanização, a via deixou de ser estrada para denominar-se avenida.

Em 11 de junho de 1948, por proposição do Vereador Manoel Ozório da Rosa, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre aprova a denominação de “Avenida Assis Brasil” a via publica antes conhecida como Estrada do Passo da Areia, que ligava as regiões do Navegantes São João com as vilas do Sarandi, até os limites com o município de Gravataí. 

Nota:
- Nem todos aprovavam a homenagem, por este motivo uma rua longe do centro histórico e figuras ilustres. Mas quis o destino que a via se tornasse um grande pólo e das avenidas mais importantes da capital.

Em 04 de agosto de 1948, o então prefeito Ildo Meneghetthi sancionou a lei e a estrada passou a ser chamada de Avenida Assis Brasil.

Tornou-se uma importantíssima artéria, dotada de expressivo comércio e intenso tráfego.

Em 05 de maio de 1949, por Lei, somou em sua trajetória as antigas estradas do Passo da Areia, do Passo da Mangueira e do Passo do Sarandi, até o rio Gravataí, passando a ter início na Igreja São João Batista.

Cronologia

Em 29 de julho de 1857, no Império do Brasil, nasceu Joaquim Francisco de Assis Brasil na Estância de São Gonçalo, município de São Gabriel, Rio Grande do Sul.

- Assis Brasil foi um advogado, político, estadista, orador, escritor, prosador, diplomata e estadista brasileiro; propagandista da República.

- Foi fundador do Partido Libertador, deputado e membro da junta governativa gaúcha de 1891.

- Introduziu no Brasil a raça de gado Jersey (1896), o gado Devon (1906) e a ovelha Karakul e Ideal (árabe), tendo participação importante na introdução do cavalo árabe e no melhoramento do Thoroughbred, o puro sangue inglês.

- Também o eucalipto foi por ele trazido para o Brasil, inventando vários modelos práticos de porteiras. Até o pássaro pardal, embora seja omitido em sua história, parece ter sido Assis Brasil quem aqui estabeleceu.

- Assis Brasil foi pioneiro na agricultura, ao implantar o sistema de rotação de culturas, sem lavagem da terra; técnica de maximizou sua produção em ate 50 vezes.

- Juntamente com o Barão do Rio Branco, assinou o Tratado de Petrópolis, que assegurou ao Brasil a posse do atual Estado do Acre. Neste estado foi criado, em sua homenagem, o município de Assis Brasil.

- Foi um agropecuarista inovador gaúcho. Empresta seu nome, a uma das maiores e mais benquistas realizações do Rio Grande do Sul: a Feira Internacional de Animais (EXPOINTER), no Parque Internacional de Exposições de Esteio em homenagem a esse pioneiro de visão. 

- Produtor rural empreendedor, arquiteto diletante e exímio atirador, sempre foi um homem a frente de seu tempo. Republicano e progressista, suas ações como homem público reafirmaram a democracia no Estado e determinaram novos rumos a historia do Brasil ao apoiar Getulio Vargas na Revolução de 1930.

- Erudito foi poeta, teatrólogo e teorizou acerca da política.

- Amante do campo e das letras, suas habilidades de arquiteto amador foram reveladas na construção do castelo Pedras Altas, residência que aliava conforto a rusticidade rural, nela recebeu seu ilustre amigo, Santos Dumont.

No início do século XX, construiu na atual cidade de Pedras Altas, em meio a região de campos gaúchos, um amplo e peculiar castelo, na Granja de mesmo nome. 

- Filho do estancieiro Francisco de Assis Brasil, de quem herdou extensas propriedades no interior gaúcho, e de Joaquina Teodora de Bem Salinas, ambos descendentes de açorianos.

- Foi uma criança dócil, sadia de corpo e alma, mostrando interesse por tudo o que o cercava e amando a natureza.

Em 1865, aos oito anos, matriculado na escola de primeiras letras do Mestre CUSTÓDIO JOSÉ DE MIRANDA, no Saican.

- Em um só dia aprendeu o "ABC" e mais a primeira página do livro de leitura.

- Poucos meses depois escrevia uma carta aos pais.

Em 1870, transferiu-se para o Colégio São Gabriel, na cidade de mesmo nome.

- No primeiro ano ganhou a medalha de prata e no ano seguinte a de ouro. Estas medalhas ainda existem, guardadas no Castelo de Pedras Altas, no município de Pedras Altas.

Em 1872, já órfão de pai, partiu montado em um petiço, para Pelotas, onde ficou interno no Colégio TAVEIRA JUNIOR.

Em 1874, transferiu-se para Porto Alegre, frequentou o Colégio Gomes, onde estudou os preparatórios, onde se preparou para ingressar na Faculdade de Direito.

Em 1876, matriculou-se na Academia do Largo de São Francisco, em São Paulo, para os estudos de Direito, passando a integrar o grupo de estudantes rio-grandenses que ali se formara, entre outros conterrâneos, ali estiveram importantes nomes da política gaúcha dos anos vindouros: Pinheiro Machado, Júlio de Castilhos e Borges de Medeiros.

- Fundaram o Clube 20 de Setembro, com o compromisso de pregar e propagar o sistema republicano de governo e de apressar a mudança de regime político do país.

Em 1877, Assis Brasil publicou seu primeiro livro, “Chispas”, com versos da adolescência.

- A seguir publicou “História da República Rio-grandense”, onde fez uma defesa ardorosa da Revolução Farroupilha de 1835. Neste livro já estão presentes os princípios básicos de seu pensamento.

- Seguiram-se outros trabalhos inspirados no puro ideal de suas convicções. Sua obra é vasta. Destacam-se nela tanto trabalhos de propaganda, como obras de profunda relevância do ponto de vista da teoria política.

- A defesa ardorosa do sistema presidencial de governo e da representação proporcional são a marca principal de seu pensamento.

Em 1879, ainda estudante, influenciado pelo ambiente Positivista (adeptos da doutrina de Augusto Comte), passa a atuar no movimento republicano, fundou o Clube Republicano Acadêmico e o Jornal Evolução em parceria com colegas da faculdade em São Paulo – entre os quais Júlio de Castilhos. Foi redator dos jornais, A República e A Evolução.
Ali desenvolveu forte atuação como propagandista da República e estabeleceu laços estreitos de amizade e afinidade política com Castilhos, seu cunhado.

Em 26 de julho de 1880, Assis Brasil proferiu a conferência Oportunismo e Revolução, no Club Republicano.

- Ainda estudante, escreveu e publicou “A República Federal”.

Em 1882, formou-se bacharel em Direito e voltou para o Rio Grande do Sul, onde foi um dos fundadores do Partido Republicano Rio-grandense.

- Durante meses, percorreu a província a cavalo, pregando a liberdade e a república com que tanto sonhava.

- Publicou o primeiro volume de “História da República Rio-grandense”, obra inacabada.

Em 1883, foi eleito deputado provincial (atualmente deputado estadual): 1884 — 1886.

- Na tribuna enfrentou Gaspar Silveira Martins, ferrenho monarquista, merecendo deste seu digno adversário as maiores considerações.

Em 1885, único deputado provincial eleito pelo Partido Republicano Rio-grandense.

- O partido se consolidava na cena política gaúcha, sendo composto por estudantes recém egressos da escola de Direito de São Paulo.

Em 1887, novamente eleito deputado provincial.

- Exerceu o mandato até o fim de 1888.

- Travou célebre debate com Silveira Martins.

Em 1889, proclamada a República no Brasil, foi eleito deputado à Assembléia Nacional Constituinte, que elaborou a primeira Constituição Republicana.

- Promulgada a constituição, renunciou ao seu mandato.

- Convidado pelo Marechal Deodoro da Fonseca para fazer parte do primeiro ministério constitucional, recusou o convite por divergência de ideais.

- Em consequência do golpe de estado do presidente Deodoro, a situação no Rio Grande do Sul tornou-se anormal, tendo o presidente do estado Júlio de Castilhos abandonado o poder. Foi constituída então uma Junta Governativa, da qual Assis Brasil fez parte.

- Como único membro presente da junta, assumiu o governo do estado, foi presidente do Rio Grande do Sul, de 12 a 19 de novembro de 1891, período que ficou conhecido como “Governicho”, pela curta duração.

Segundo manifesto publicado, tinha como objetivos:
- Fazer a sociedade recuperar o sossego perdido
- Combater a ditadura
- Presidir, com a maior imparcialidade, a eleição que se deveria realizar

- Os rio-grandenses uniram-se para defender a causa comum; o mais completo êxito veio coroar seu gesto de patriota.

- Atingidos os objetivos com a eleição de um novo governador, Assis Brasil renunciou ao poder.

Em 1890, Iniciou suas funções diplomáticas, na Argentina, sendo nomeado Ministro Plenipotenciário do Brasil na Argentina, prestou relevantes serviços à pátria por ocasião de acontecimentos desenrolados de 1880 a 1894.

Em 24 de fevereiro de 1891, promulgada a primeira constituição republicana, começaram as divergências públicas com Júlio de Castilhos em razão do desacordo quanto à sucessão eleitoral da presidência da República.

- Assis Brasil votou em Prudente de Moraes, ao passo que a bancada rio-grandense, por indicação de Castilhos, votou em Deodoro. Logo depois deste episódio, Assis Brasil renunciou a seu mandato de deputado da Assembléia Nacional Constituinte.

Em janeiro de 1892, Floriano Peixoto nomeou Assis Brasil Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário na Argentina.

- Julio de Castilhos, presidente do estado, redigiu constituição para o Rio Grande do Sul e Assis Brasil recusou-se a assiná-la. A esta altura estava explícita a ruptura entre os dois.

- Deodoro dissolveu o Congresso e instalou uma forte crise política. Sucedeu-se manifestação popular no Rio Grande do Sul em repúdio ao apoio de Castilhos ao golpe. Pressionado, Castilhos deixou o governo do estado.

- Uma Junta Provisória – composta por Assis Brasil, Barros Cassal e Manoel Luiz da Rocha Osório – assumiu o governo.

- A Junta teve o mesmo tempo de duração da ditadura de Deodoro: vinte dias.

Em 1893, eclodiu a Revolução Federalista no Rio Grande.

- Esta guerra civil opunha Federalistas e Republicanos puros, que depois passaram a ser conhecidos como “jacobinos”. Muitos federalistas fugiram para o Uruguai e lá se juntaram a outros gaúchos que se opunham veementemente ao centralismo executivo da constituição castilhista. O movimento de oposição a Castilhos reunia monarquistas, parlamentaristas e dissidentes Republicanos.

- Assis Brasil retornou a Buenos Aires.

- Assis Brasil publicou “Democracia Representativa”. Do voto e da maneira de votar.

Em 1893, É designado à China.

Em 1894, transferido neste ano para a China, não chegou a assumir o posto, porque o presidente Prudente de Morais lhe conferiu a incumbência de reatar as estremecidas relações com Portugal, designou Assis Brasil Embaixador Extraordinário e Ministro Plenipotenciário de 1ª. Classe em Lisboa/ Portugal.

Em 1895, como embaixador em Lisboa, assinou o reatamento das relações diplomáticas entre o Brasil e Portugal, rompidas durante a Revolta da Armada, no Rio de Janeiro.

Em 1895, Assis Brasil comprou da Granja de Windsor – Inglaterra, da Rainha Vitória, as vacas Jersey Fennel e Sagé, com seus respectivos “rebentos” Vitelio e Vitória, trazidos para o Brasil no ano seguinte.

- O afixo ITAEVATÉ foi escolhido por significar Pedras Altas em Tupi-Guarani, e com ele registrou toda a sua produção que, até 1915, constava do Herd-Book Pedras Altas, livro depois passado para a Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul, o primeiro Herd-Book Brasileiro da Raça Jersey.

Em 1896, publicou o livro “Governo Presidencial na República Brasileira”.

Assis Brasil

Em 1896, publicou o livro "A CULTURA DOS CAMPOS".
É dessa época um soneto que dedicou à sua noiva de segundas núpcias, Dª Lydia:

De novo, sinto um hálito sagrado
Vibrar-me na harpa, em luto adormecida
E ressurjo, cantando à plena vida,
Da minha própria cinza inanimada.
Esta radiante, límpida alvorada
Branda, serena luz indefinida
Que o ser me invade e a gozar convida

- Tudo isso devo a ti, alma adorada.
Ai! Sobre mim se arquia um céu aberto
A teu amor, que me faz novo e forte
E sangue envia ao coração deserto
Bendita a hora (negra) em que, sem sorte,
Perdido o rumo do meu porto incerto,
Brilhante te vi, farol da minha sorte!

Em 1898, o presidente Prudente de Moraes nomeou Assis Brasil Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário na Legação de Washington, Estados Unidos.

Em 1898, em Lisboa/ Portugal, casou com sua segunda esposa, D. Lídia, Lidia Pereira Felício de São Mamede, filha de conde de São Mamede.

D. Lidia e Assis Brasil - 1920

Em 1902, foi enviado para a Embaixada do Brasil no México.

- Além do cargo em Washington, Assis Brasil também acolheu a atribuição de responder pela representação no México.

- Assis Brasil começou a envolver-se na questão do território do Acre e inaugurou uma série de correspondências sobre o tema com Rio Branco, então Ministro do Exterior.

Em 1903, o presidente Rodrigues Alves o chamou para trabalhar ao lado do Barão de Rio Branco e Rui Barbosa, na questão de limites com a Bolívia.

Em 17 de novembro de 1903, a assinatura do Tratado de Petrópolis, terminou com o litígio de fronteiras entre o Brasil e a Bolívia, que reconhecia o direito do Brasil ao Acre Setentrional, fato que suscitou grande controvérsia, no atual estado do Acre.

- Com o término das negociações, Assis Brasil retornou para Washington/ Estados Unidos, logo após a assinatura.

Em 1905, o Barão do Rio Branco removeu-o de Washington para Buenos Aires/Argentina, como Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário, onde se tornava necessária a presença de uma personalidade de prestígio para desfazer intrigas surgidas contra o então Ministro das Relações Exteriores.

Em 1906, Joaquim Francisco de Assis Brasil introduziu a Raça de gado Devon, na região de Pedras Altas e, depois, em Alegrete e municípios vizinhos, todos no estado do Rio Grande do Sul.

Em 1906, ao lado de Joaquim Nabuco, Presidente do Congresso Pan-Americano realizado no Rio de Janeiro, dirigiu os trabalhos como Secretário-Geral.

- Há seu pedido, foi exonerado do cargo que ocupava em Buenos Aires. Só retornou à carreira diplomática vinte anos depois.

Em 1907, pediu aposentadoria, retirando-se do serviço diplomático, fundou sua granja de Pedras Altas.

- Assis Brasil já havia liderado, no final do século XIX, a fundação da Associação Pastoril de Pelotas, a associação agropecuária mais antiga do Rio Grande do Sul.

- Depois vieram as associações de São Gabriel, de Bagé e, finalmente, em 1919, a de Alegrete, que recebeu o nome de Associação Rural de Alegrete.

Em 1908, com a volta de Assis Brasil ao país, nova vida foi dada ao movimento gaúcho Republicano dissidente.

- Fundou, com seu amigo Fernando Abbott, o Partido Republicano Democrático.

- O objetivo deste novo partido era recuperar a tradição do Partido Republicano antes do desvio castilhista autoritário. O intuito de unir-se aos federalistas em torno de um desafeto comum – Julio de Castilhos – não teve sucesso, uma vez que a memória da guerra afastava os dois grupos.

Em maio de 1909, a pedra angular da fortaleza, de 44 cômodos, foi lançada.
Depois de ter atuado nas embaixadas de Washington e Portugal e discursado em parlamentos, Assis Brasil queria morar no campo. Também desejava oferecer conforto à segunda mulher, D. Lídia Pereira Felício de São Mamede.

Assis Brasil ergueu a fortaleza com traços medievais numa das paisagens mais isoladas do Rio Grande do Sul para mostrar que era possível desfrutar a natureza sem ficar embrutecido. A idéia não era ostentar, mas enobrecer o campo.
O diplomata que privou com reis e chefes de Estado, achava que o arado e o livro eram as ferramentas do progresso.

Assis Brasil construiu a Granja de Pedras Altas para que ela fosse visitada. A idéia era constituir uma empresa rural, com diversificação de atividades, transformação dos produtos primários em derivados, e de trabalho no campo realizado com cultura, tecnologia e conforto.
Dizia que em certas ocasiões:

“Vale mais um dia de ver do que um ano de ler”.

- Pedras Altas impulsionou a atrasada pecuária gaúcha. Assis Brasil importou vacas jersey da Inglaterra, robustos touros devon, cavalos árabes e ovelhas karakul e ideal.
Só criava animais de raça, como galinhas white wyandotte trazidas dos Estados Unidos.

- Ele também introduziu novas espécies de árvores, como o eucalipto que foi por ele trazido para o Brasil.

- Inventou vários modelos práticos de porteiras. Até o pássaro pardal, embora seja omitido em sua história, parece ter sido Assis Brasil quem aqui estabeleceu.

- Construiu estrebarias, galpões e porteiras que ainda funcionam.
Inventou utensílios, como a bomba de chimarrão de mil furos que jamais entope e leva o seu nome.

- Na sua propriedade havia uma indústria de laticínios para processar o leite das vacas Jersey, e talvez de algumas Devon, com produção de afamados queijos e de manteiga especial.

- Depois Assis Brasil viveu retirado da atividade política.

Em 1922, forte crise no processo sucessório no Rio Grande do Sul, seu nome foi lançado como candidato de oposição ao presidente do estado Borges de Medeiros.

A despeito da derrota nas urnas, a Comissão da Assembléia alterou o parecer eleitoral e atribuiu o quinto mandato governamental a Borges de Medeiros.

- Este episódio eleitoral foi seguido de movimento revolucionário que alcançou projeção nacional.

- Tornou inevitável um movimento armado, a Revolução de 1923, que acabou resultando na reforma da Constituição Estadual de 1891.

- Tavares de Lira, então Ministro do Tribunal de Contas, foi designado por Arthur Bernardes para negociar a contenda política no Rio Grande do Sul.

Em 1º de novembro de 1923, Setembrino de Carvalho, Ministro da Guerra, também seguiu em missão oficial para o estado gaúcho. Setembrino propôs medidas de pacificação que encerraram dez meses de guerra de guerrilhas e combates campais.

- O Tratado de Paz de Pedras Altas representou um armistício entre as forças que apoiavam Borges de Medeiros e suas sucessivas reeleições, e aquelas que haviam se insurgido contra isso, sob o comando de Joaquim Francisco de Assis Brasil.

Em 14 de dezembro de 1923, foi assinado o Tratado de Pedras Altas, em seu castelo na cidade de mesmo nome, o acordo que previa o fim daquilo que os rebeldes chamavam de “ditadura republicana”, que permitia a reeleição sucessiva do presidente do Estado Borges de Medeiros, que acabou sendo sucedido por Getúlio Vargas.

- O Pacto de Pedras Altas, como ficou conhecido a ata de pacificação assinada na residência de Assis Brasil, não eliminou por completo as insatisfações com a cena política. Naquele documento estava previsto o alinhamento com a constituição federal no que concerne à cláusula da reeleição. Ou seja, estaria Borges de Medeiros impedido de eleger-se mais uma vez governador do estado, embora estivesse autorizado a concluir o mandato que iniciara a revolta no estado.

- Estava selado o fim da era Borges de Medeiros no Rio Grande do Sul.

- Assinada a Ata da Pacificação, Assis Brasil fez um apelo aos revolucionários para que depusessem as armas.

- A revolução iniciada em 25 de janeiro se encerrou em 14 de dezembro.

Em 1924, a instabilidade política no estado e em todo o país não cessou. Quartéis nas Missões, no Rio Grande do Sul, se insurgiram contra o governo. A Coluna Prestes iniciava sua marcha pelo país.

- Assis Brasil deixou Pedras Altas e seguiu com sua família para exílio no Uruguai. Não suspendeu, entretanto, suas atividades na vida pública do país, mantendo vínculo estreito com as articulações políticas no Brasil.

Em 24 de fevereiro de 1927, ainda em Melo, no Uruguai, Assis Brasil foi eleito deputado federal. Trinta e cinco anos depois de seu primeiro mandato parlamentar, Brasil retornou à Câmara dos Deputados.

- Nesse mesmo ano teve participação destacada na fundação do Partido Democrático Nacional.

- Uma de suas preocupações políticas era organizar as oposições em nível nacional. Para isso reuniu representantes oposicionistas do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul no Partido Democrático Nacional.

Em 1928, no Congresso de Bagé reuniram-se parlamentaristas e presidencialistas sob a bandeira de “governo coletivo e responsável”. Esse encontro foi possível graças ao forte vínculo entre Assis Brasil e Raul Pilla, então jovem propagador do federalismo e professor da Faculdade de Medicina.

- Foi então fundado o Partido Libertador, ala meridional do Partido Democrático Nacional.

- Assis Brasil aconselhou o novo partido a não disputar a eleição estadual em favor da paz no Rio Grande do Sul. Getúlio Vargas venceu sem oposição.

Em 1929, o presidente Washington Luís pretendeu impor à nação a impopular candidatura de Júlio Prestes (presidente de São Paulo) para a sucessão presidencial. Assis Brasil aconselhou o Partido Libertador a cerrar fileiras em torno de Getúlio Vargas, então Presidente do Estado, que se opunha ao candidato oficial e prometera aceitar o voto secreto se eleito presidente.

- O então Presidente de Minas, Antônio Carlos, que seria o candidato natural na linha sucessória federal, no formato “Café com Leite”, ofereceu o posto ao Rio Grande do Sul com a condição da união dos partidos gaúchos. O estado fragmentado não poderia liderar a campanha nacional.

- A despeito da enorme rivalidade política entre os segmentos políticos locais e da impopularidade de tal proposição entre seus próprios correligionários de partido, Assis Brasil aceitou a condição e condicionou sua permanência no Partido Libertador à adesão institucional a tal proposta unionista. Sendo ele o elemento chave do recém fundado partido, sua posição foi acatada pelos demais.

- Deste episódio resultou a Frente Única do Rio Grande.

Em 1930, Washington Luís foi deposto, havia fortes rumores de que uma Junta Militar assumiria o governo da República. Getúlio Vargas pediu a Assis Brasil uma declaração pública de apoio a sua tomada de posse do governo federal.

- Assis Brasil redigiu uma carta aberta que foi amplamente divulgada. Getulio Vargas assumiu o poder como Chefe do Governo Provisório,

Em 03 de novembro de 1930, Assis Brasil foi nomeado Ministro da Agricultura (1930-1931), cargo ao qual renunciou em protesto contra o empastelamento do Diário Carioca, por pessoas ligadas ao tenentismo.

Em 1931, sem deixar o Ministério da Agricultura, Assis Brasil foi enviado em missão especial a Buenos Aires para ocupar a Embaixada do Brasil, acéfala desde o movimento revolucionário argentino de 1930 por não ter o governo Washington Luiz reconhecido o governo do General Uriburo. Para este fim, foi designado Embaixador em Missão Extraordinária e Ministro Plenipotenciário.

Em 1931, Assis Brasil foi nomeado membro da Subcomissão de Reforma da Lei e Processo Eleitoral e feito seu relator.

- Desta subcomissão resultou o Código Eleitoral de 1932, que basicamente reproduz as reivindicações de longa data de Assis Brasil no que concerne à matéria eleitoral.

Em 1932, foi o grande idealizador do Código Eleitoral, baseado em sua obra Democracia representativa: - Do voto e do modo de votar.

- Neste código está a primeira menção à urna eletrônica, quando o mesmo levanta a hipótese da utilização de uma máquina de votar.

- Joaquim Francisco de Assis Brasil foi um resistente adversário do voto feminino. Ainda em 1891, fez publicar em Buenos Aires este pequeno livro em que critica a idéia da extensão do voto às mulheres. Com a ascensão de Vargas ao poder, Assis Brasil publicou a obra “Democracia representativa: do voto e do modo de votar” em 1931, onde expõe suas idéias sobre o sistema representativo e reafirma sua rejeição ao voto feminino. Nomeado para a comissão responsável por redigir o código eleitoral, juntamente com Bertha Lutz, Assis Brasil mostrou-se um adversário difícil.
Ao fim, a tese do voto feminino prevaleceu no código editado em fevereiro de 1932, o que permitiu às mulheres votar pela primeira vez. Para tanto, as feministas da Federação neutralizaram as resistências de homens influentes como Assis Brasil mantendo diálogo com o próprio presidente Getulio Vargas.

Em 24 de fevereiro de 1932, quase quarenta anos depois da primeira edição de Democracia Representativa. Do voto e da Maneira de Votar, seu projeto de reforma eleitoral foi enfim convertido em lei pelo Decreto no. 21.076.

Em 14 de maio de 1932, Assis Brasil foi designado membro da comissão incumbida de elaborar o anteprojeto de Constituição, conhecida como Subcomissão Itamaraty, mas não chegou a participar de seus trabalhos.

- Assis Brasil deixou seu cargo na Argentina e retornou a Pedras Altas.

- Em carta a Getúlio Vargas fala na necessidade do “regresso urgente e do repouso doméstico”.

Em 22 de dezembro de 1932, foi exonerado do cargo de Ministro de Estado.

Em 1933, em carta aos seus correligionários, Assis Brasil manifestou sua insatisfação com a longa duração do governo provisório.

- Assis Brasil foi eleito deputado para a Assembléia Constituinte, já feita sob a nova lei eleitoral que redigira.

- Foi chefe da Delegação Brasileira à Conferência Econômica Preliminar, em Washington

- A convite de Afrânio de Melo Franco Assis Brasil partiu para a Inglaterra em missão diplomática especial, onde tomou parte da Conferência Econômica e Financeira Mundial para defender nosso comércio de exportação e ainda retribuiu a visita que o Príncipe de Gales fizera ao Brasil.

- Ao retornar, resignou a todos os cargos oficiais e voltou à vida do campo, que sempre preferiu a tudo o mais.

Em 1934, foi enviado em missão especial a Buenos Aires/ Argentina, para ocupar a Embaixada do Brasil, acéfala desde o movimento revolucionário argentino de 1930, por não haver o presidente Washington Luís reconhecido o governo do General Uriburú.

- Assis Brasil disse a Mem de Azambuja Sá sobre a repartição de cargos e ministérios na Revolução de 1930:

"Menino, todo homem tem seu preço. O venal se deixa comprar por dinheiro. O meu preço é o Código Eleitoral. E como vale mais a pena ladrar dentro de casa do que fora dela, aceito o ministério".

Em 14 de fevereiro de 1934, renunciou ao mandato de deputado e retornou, enfim, a Pedras Altas.

- O único vínculo que manteve com a vida política foi o de Presidente de Honra do Partido Libertador.

Em 1937, já recolhido a Pedras Altas e inteiramente afastado da vida política, recebeu com pesar a notícia do golpe de estado do governo Getulio Vargas.

Em agosto de 1938, adoeceu em consequência de uma gripe.

- O seu coração, de 80 anos, não resistiu.

Na noite de 24 de dezembro de 1938, na República do Brasil, no seu Castelo de Pedras Altas, Assis Brasil, fechou para sempre os olhos, com a consciência tranquila de haver cumprido o seu dever e trabalhado pela glória da Pátria, realizando na vida o que afirmou em um dos seus mais brilhantes manifestos:

“A vida dos bons e justos é feita mais de renúncias do que de conquistas.”

O Trabalho

- Muita gente estava convencida de que Assis Brasil, por todos os títulos, notável, de quem e de cujas obras tanto se falava; e que realmente fez muito durante os 12 anos da sua definitiva residência no Rio Grande do Sul, depois de se aposentar do serviço diplomático, seria um homem muito rico.
Mas ele dizia, e provava até o convencimento, que o dinheiro que empregou nas obras visíveis e invisíveis foi ganho nelas mesmas.
Aos que lhe diziam: - “Voce deve ter enterrado muito dinheiro em tal ou tal cousa”, respondia:

“Não senhor, nunca enterrei um vintém”.

Se o interlocutor corrigia a frase dizendo: - “Quero dizer que deve ter gasto muito”, a resposta era:

“Não, senhor, penso ter ganho razoavelmente com tudo quanto tenho feito”.

Em 1999, o governo tentou tombar o castelo de Pedras Altas como monumento histórico, mas a família de Assis Brasil recusou, preferindo manter o castelo com a Família.

Carreira Política

Em 1881, publicou o seu primeiro livro, A República Federal.

Em 1887, durante o Império, foi eleito Deputado Provincial no Rio Grande do Sul. 

Em 1891 elegeu-se deputado à primeira Constituinte republicana.

Sua carreira parlamentar seria interrompida em virtude da ascensão e sedimentação do “Castilhismo” no Rio Grande do Sul, que constituiu tema permanente de sua obra política e cuja oposição passou a liderar. 

Intermitentemente com sua vida política, na liderança da oposição ao castilhismo no Rio Grande, Assis Brasil exerceu diversas funções na diplomacia:
Embaixador do Brasil na Argentina (1890-92);
Enviado especial à China (1893);
Embaixador do Brasil em Portugal (1895);
Embaixador nos Estados Unidos (1898);
Embaixador no México (1902);
Ministro plenipotenciário do Brasil para o Tratado de Limites com a Bolívia (1903); Embaixador na Argentina (1905);
Delegado do Brasil ao 3º Congresso Internacional Americano (1907). 

Depois de haver conseguido o fim das reeleições de Borges de Medeiros, em 1926, viria a ser deputado federal pelo Rio Grande do Sul (1927-29);
Ministro da Agricultura no Governo Getúlio Vargas (1930-31);
Embaixador extraordinário na Argentina (1931);
Chefe da delegação brasileira à Conferência Econômica de Washington (1931).

Integrou a famosa Comissão do Itamarati, assim denominada por reunir-se no Palácio que leva esse nome, no Rio de Janeiro, incumbida de elaborar o Ante-Projeto da Constituição que seria votada em 1934.

Participou também do grupo que formulou a Lei Eleitoral de 1932, quando se criou a Justiça Eleitoral.

Em 1933, elegeu-se para a Assembléia Constituinte.

PRR – Partido Republicano Rio-grandense

Fundação

Foi fundado em 23 de fevereiro de 1882, apresentando-se como a alternativa política frente ao imobilismo do Partido Liberal e ao sistema político-partidário imperial elitizado, baseado no voto censitário. O partido procurou ampliar sua base de sustentação, buscando a adesão das classes médias urbanas e do colonato.

O PRR se propunha a realizar um programa mais amplo e abrangente, contemplando interesses para além daqueles dos pecuaristas dominantes.

Entre seus fundadores estavam eminentes republicanos, entre eles Venâncio Aires, Júlio de Castilhos, Pinheiro Machado, Demétrio Ribeiro, Alcides Lima, Apolinário Porto Alegre, Ramiro Barcelos, Joaquim Francisco Assis Brasil e João Cezimbra Jacques.

O partido recebeu e acentuou a influência positivista, caracterizando-se pela valorização da ordem social, a preocupação com a segurança do Estado e do indivíduo para a obtenção do bem público e a consciência de serem portadores de uma missão social de "regenerar a sociedade". O Estado deveria se colocar acima das classes, gerenciando conflitos, sem pertencer a nenhuma classe, grupo ou interesse. Seu grande líder intelectual era Júlio de Castilhos.

O partido definiu estratégias de atuação, tais como a realização de congressos, a criação de um periódico, A Federação, surgido em 1884, e a elaboração de "bases do programa dos candidatos republicanos", que deveriam nortear a ação dos candidatos dentro do sistema monárquico.

Apesar de minoritários, os republicanos eram extremamente ativos e puderam mobilizar, com um programa atraente e duras críticas ao sistema vigente, a atenção dos descontentes, como por exemplo, alguns conservadores.

Assim conseguiram a eleição de seu primeiro candidato, Joaquim Francisco de Assis Brasil, em 1885.

Nas legislaturas de 1885-86 e 1887-88, Assis Brasil, acirrou suas críticas à monarquia e à centralização política existente no Brasil, comparando com a República, sinônimo de democracia, governo popular e fator de progresso.

Com a Proclamação da República o partido assumiu o controle do governo no estado, sob a liderança de Julio Castilhos.

Na Assembléia Nacional Constituinte que se reuniu no Rio de Janeiro, em novembro de 1890, a representação gaúcha foi constituída somente de elementos republicanos, extremamente jovens, que, sob as ordens de Castilhos e uma orientação positivista, se bateram por uma concepção radical de federalismo.

Castilhismo

Uma corrente específica formou o castilhismo, que dominou a política gaúcha ininterruptamente entre 1893 e 1937.
Júlio de Castilhos, Borges de Medeiros, Carlos Barbosa, Getúlio Vargas e Flores da Cunha sucederam-se no governo do estado durante esse período. Tinham a alcunha de chimangos - como eram chamados os governistas no Rio Grande do Sul desde o segundo reinado.
Seus principais adversários foram os maragatos, do Partido Federalista do Rio Grande do Sul de Gaspar Silveira Martins, Apolinário Porto-Alegre e Joaquim Francisco de Assis Brasil (os dois últimos foram antigos membros do PRR), contra os quais lutaram na Revolução Federalista e na Revolução de 1923.

Fusão

Em 1929, funde-se com o Partido Libertador, formando a Frente Única Gaúcha (FUG), deixando de existir.

Partidários Famosos
 Júlio Prates de Castilhos
 Venâncio Aires
 Pinheiro Machado
 Borges de Medeiros
 Carlos Barbosa Gonçalves
 Augusto Pestana
 José Montaury
 Getúlio Vargas
 José Antônio Flores da Cunha
 Osvaldo Aranha
 Joaquim Francisco de Assis Brasil
 Augusto Simões Lopes

Revolução de 1923

A Revolução de 1923 foi o movimento armado ocorrido durante onze meses daquele ano no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em que lutaram, de um lado, os partidários de Borges de Medeiros (borgistas ou Ximangos, que tinham como distintivo ou característica o lenço de gaúcho, ao pescoço na cor branca) e, de outro, os aliados de Joaquim Francisco de Assis Brasil (assisistas ou maragatos que tinham como distinção, distintivo ou característica o lenço gaúcho ao pescoço na cor vermelha), vide História do Rio Grande do Sul.

Antecedentes

Republicano e positivista, mas nada simpático à democracia, Júlio Prates de Castilhos, o Patriarca, como era chamado, governou o Rio Grande do Sul com mão de ferro de 1891 até sua morte prematura, em 1903. Para se manter no poder, tomou duas providências: redigiu praticamente sozinho e fez aprovar uma Constituição autoritária e montou uma poderosa máquina política no Partido Republicano Riograndense (PRR), com seus incontáveis chefes locais e seu séquito de agregados, presentes em mais de cem municípios riograndenses. Ao morrer, ficou claro que se fora o ditador, mas a ditadura republicana continuava viva.

Borges de Medeiros

Julio de Castilhos foi substituído na presidência do Estado por Borges de Medeiros, que seguiu adotando os mesmos métodos e que também tinha como objetivo perpetuar-se no poder.
Em 1922, Borges resolve se candidatar mais uma vez à presidência do Estado e contava, como sempre, com a força do PRR, que não hesitava em apelar para a fraude e a violência, para garantir a reeleição.

Todavia, dessa feita, há um fato novo: forma-se uma aliança entre vários segmentos da sociedade gaúcha para estimular uma oposição organizada.
O veterano político Assis Brasil desafia Borges na disputa nas urnas.

Divide-se, assim, o Rio Grande, entre assisistas e borgistas, chimangos (numa alusão ao pseudônimo dado a Borges por Ramiro Barcelos, Antônio Chimango) e maragatos (como eram chamados os adeptos do Partido Federalista, identificados pelo uso do lenço vermelho).

A campanha eleitoral ocorre sob um clima de repressão e violência. Opositores do governo são presos, espancados e até mortos. Locais de reunião dos assisistas são fechados e depredados pela polícia borgista.

Quando se anuncia o resultado das urnas, com a previsível vitória de Borges de Medeiros, a revolta é geral. A comissão apuradora de votos, formada por pessoas fiéis ao governo, é acusada de fraude eleitoral pela oposição.
A disputa nas urnas transforma-se em disputa pelas armas.
A oposição, liderada por Assis Brasil, adere à revolta armada para derrubar Borges de Medeiros, que toma posse para um novo mandato em 25 de janeiro de 1923.

Setores importantes da sociedade gaúcha já andavam descontentes com o governo. A política econômica de Borges precipitara o Estado numa crise financeira que contribuíra para descontentar tanto a elite estancieira como boa parte do movimento operário e estudantil.
No plano nacional, Borges se isolara ao fazer oposição à candidatura de Artur Bernardes, a final eleito Presidente da República.

Em verdade, o ódio entre as facções era mais antigo.
Vinha desde a Revolução Federalista de 1893, que teve como marca a degola, dilacerando vidas e trazendo desgraça e tristeza para muitas famílias.
Essa Revolução deixou sentimentos de vingança e violência em muitos corações, que teve quase continuidade na Revolução de 1923.

Operações Militares

Zeca Netto e suas tropas ocupam Pelotas.
Os combates iniciaram ao final de janeiro de 1923. As cidades de Passo Fundo e Palmeira das Missões foram atacadas pelos caudilhos maragatos vermelhos de Mena Barreto e Leonel da Rocha, que encontraram forte resistência de ambos os lados, não havendo vitória.

A expectativa de Assis Brasil e seus aliados, ao partir para a luta armada, era a de que o Presidente da República Arthur Bernardes, que não nutria simpatias por Borges, decretasse intervenção federal no Rio Grande do Sul. Mas Borges, um político hábil, se aproximou de Bernardes e frustrou as expectativas de seus opositores.

Os maragatos (vermelhos) que não estavam devidamente organizados para enfrentar as forças governistas, nem tinham objetivos militares definidos, ficaram confusos ao verem que a pretendida intervenção federal não viria. A continuidade da luta dependia das ações isoladas empreendidas por caudilhos como Honório Lemes e José Antônio Matos Neto, o Zeca Netto. Mas as operações militares ficavam restritas a regiões distantes de Porto Alegre e não conseguiram causar dano a superioridade dos borgistas. Logo os maragatos começaram a se ressentir da falta de homens e de armas.

Para Assis Brasil e seus aliados mais lúcidos, ficou claro desde logo que não havia possibilidade de vitória militar (pois os brancos eram mais fortes), e por isso manifestaram disposição de negociar com o lado contrário.

Zeca Netto, que se opunha a qualquer acordo com Borges, tentou uma última cartada. Imaginou que se atacasse e tomasse uma cidade importante poderia intimidar os borgistas.

Assim, em 29 de outubro de 1923, atacou Pelotas, então a maior cidade do interior gaúcho, de surpresa, ao alvorecer, mas a manteve sob seu controle por apenas seis horas, porque as hostes governistas conseguiram se rearticular e receber reforços.
Na iminência de ser atacado por forças superiores, o velho caudilho de 72 anos de idade retirou suas tropas.

Anselmo Benardino Vaz

Herói da Revolução de 1923, no RS, morto no combate do Arroio Santa Maria Chico em 15 de maio de 1923. Anselmo era civil, mas ao aderir a rebelião, assumiu o posto de capitão, com do 2 esq. de lanceiros, da 3 div. do ex. libertador (Maragatos) vermelhos, na tentativa de depor o governo de Borges de Medeiros, branco, que derrotado na eleição, recusava a ideia de entregar o cargo. Anselmo lutou ao lado do irmão Lentino, dos sobrinhos Alberto na condição de sargento, do soldado Inocencio e do filho Alfredo com dezessete anos. Este filho vira o pai morto logo em seguida a tocaia em cima do pelotão do pai lanceiro,em Dom Pedrito as margens do Arroio Santa Maria Chico. Anselmo era filho de Aniceto e Maria Leocadia, segundo tradição oral da familia nasceu no Uruguai, veio na infância para S.Gabriel. casou-se em primeira núpcias com Maria Candida Vaz, com quem teve a filha Morena. Do segundo casamento realizado em 31 08 1898, com a concunhada e viúva Honorina Miranda, tiveram 5 filhos: Rosa, Lola, Zilda, Alfredo e Anselmo. A familia morava no distrito de Campo Seco, após a morte de Anselmo, rumaram para o Passo do Ivo.

Tratado de Paz

A partir deste episódio, os maragatos já não tinham condições de seguir lutando. Por iniciativa do governo federal, realizaram-se negociações comandadas pelo ministro da Guerra, general Fernando Setembrino de Carvalho, com a participação do senador João de Lira Tavares, representante do Congresso.

Em dezembro de 1923, pacificou-se a revolução no Pacto de Pedras Altas, no famoso castelo, residência de Assis Brasil. Borges de Medeiros pôde permanecer até o final do mandato em 1928, mas a Constituição de 1891 foi reformada. Impediu-se o instituto das reeleições, a indicação de intendentes (prefeitos) e do vice-presidente do Estado.

O acordo foi importante para o Rio Grande do Sul. O sucessor de Borges no governo gaúcho foi Getúlio Vargas, lenço vermelho.

Em 1930, a Frente Única Rio-grandense, sob sua liderança, assume o governo do país, na Revolução de 1930.

Segundo o historiador gaúcho Antônio Augusto Fagundes,a Revolução de 1923 “foi a última guerra gaúcha" de feudos, do coronelismo gaúcho.

Assim era fechado a trindade gaúcha, que se iniciara em 1835 com a Revolução Farroupilha e continuara em 1893, 1923 e 1930.

Bibliografia básica de Assis Brasil

A Aliança Libertadora no Rio Grande do Sul. Manifesto Político. Editora Globo, Porto Alegre, 1925.
A atitude do Partido Democrático Nacional na crise da renovação presidencial para 1930-34. Editora Globo, Porto Alegre 1929.
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A idéia de Pátria. Tipografia Piratininga, São Paulo, 1918.
Assis Brasil, o fisiocrata. Paulo Brossard. Cadernos de História nº 40 do Memorial do Rio Grande do Sul. edição eletrônica
A República Federal. Rio de Janeiro, Leuzinger, 1881.
Atitude do Partido Democrático Nacional. Livraria do Globo, Porto Alegre, 1929.
Bento Gonçalves e a idéia federativa. Revista da A.U.B., Setembro de 1939.
Brasil escreve-se com S. Livraria do Globo, Porto Alegre, 1918.
Democracia representativa. Do voto e do modo de votar. Imprensa Nacional, 1931.
Ditadura, parlamentarismo, democracia. Livraria do Globo, Porto Alegre, 1928.
Do governo presidencial na República Brasileira. Companhia Nacional Editora, Lisboa, 1836.
Dois discursos pronunciados na Assembléia Legislativa da Província do Rio Grande do Sul. Oficina Tipográfica A Federação, Porto Alegre, 1886.
Governo presidencial na República Brasileira. 1896.
História da República Rio-Grandense. Cia. União de Seguros Gerais, Porto Alegre, 1882.
Os militares e a política. Urban, São Paulo, 1929.
Partido Democrático Nacional, programas e comentários. Imprensa Nacional, Rio de Janeiro, 1927.
Revolução do Brasil. Imprensa Del Siglo Ilustrado, Montevidéu, 1929.
Um discurso na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Anais da Assembléia Constituinte, (Novembro e Dezembro de 1933).
Uma publicação clandestina. Revista do Instituto Histórico Geográfico do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, n. 455, 1934.
Chispas, poesia.

Bibliografia e Fontes:

FLORES, Moacyr. História do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Nova Dimensão, 1996 PESAVENTO, Sandra Jatahy. História do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1982
URBIM, Carlos. Rio Grande do Sul, um século de História. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1999
BENTO, Cláudio Moreira - Os 80 anos da tomada de Pelotas pelo General Zeca Netto
VARGAS, Álvaro Rocha - Do Caapi ao Carazinho

Revista Estudos Políticos, Cronologia de Assis Brasil, posted in Nº 0 (2010/1) by Revista Estudos Políticos on julho 19th, 2010

Wikimédia

 http://assisbrasil.org/castelo.html

Blog do Rheingantz

O oportunismo e a revolução. São Paulo: A. L. Garraux, 1880. (Conferência realizada no Clube Republicano em 26 de julho de 1880).

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A democracia representativa na república; antologia. Seleção e introdução Vicente Barreto. Brasília: Câmara dos Deputados, 1983. 340 p. (Biblioteca do Pensamento Político Republicano).

Obra literária e outras

Chispas; versos. Alegrete: Tip do Jornal do Commercio. 1877.

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Cultura dos campos; noções de agricultura. 4. ed.  Porto Alegre: Governo do Rio Grande do Sul e Caixa Econômica Federal, 1977. 274 p.

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As exposições regionais. Pelotas, 1908. (Discurso na inauguração da 5a exposição da soc. de agricultura e pastoreiro de Pelotas - Almanaque Popular Brasileiro).

Conferência em Belo Horizonte.  Belo Horizonte, 1915.  (A convite da Sociedade Mineira de Agricultura, em 08 de novembro de 1915).

A vida no campo e a reforma rural. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1917. 

Importemos garanhões puros-sangue árabes beduínos; conferência. Santa Maria, 1921.

A indústria cavalar.  Rio de Janeiro, 1927. (Conferência na Sociedade Nacional de Agricultura).

O meu segredo de não envelhecer contado aos homens.  Prefácio de Lélis Vieira. Rio de janeiro, 1944. (Edição póstuma).

Ensinando o ABC; poemas.  Porto Alegre, 1957.

Estudos sobre o autor:

BARRETO, Vicente.  Introdução.  In: ASSIS Brasil, J. F. A democracia representativa na República; antologia. Brasília: Câmara dos Deputados, 1983.  p. 9-18.

FONTOURA, João Neves. Memórias. Porto Alegre: Globo, 1958.  2 v.

KINZO, Maria D’ Alva Gil. Representação política e sistema eleitoral. São Paulo: Símbolo, 1980.

LOPES FILHO, Ildefonso Simões. A revolução gaúcha e as suas causas. Pelotas, 1923.  50 p.

PAIM, Antonio. O liberalismo na República velha nas propostas de Assis Brasil e João Arruda.  Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, n. 65/66, p. 92-102,  abr./set.  1981.

PINTO, Paulo Brossard de Souza.  Idéias políticas de Assis Brasil. Brasília: Senado Federal/Fundação Casa de Rui Barbosa, 1990.

PORTO, Walter Costa.  O voto no Brasil: da colônia à quinta República. Brasília: Gráfica do Senado Federal, 1989.

_____.  Dicionário do voto. São Paulo: Editora Giordano, 1995.

SOUSA, José Pereira Coelho de. O pensamento político de Assis Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1958.  61 p.

TORRES, João Camillo de Oliveira. O presidencialismo no Brasil. Rio de Janeiro: Edições O Cruzeiro, 1962.

VON WEBER, Ernest. Figuras da revolução. Rio de Janeiro: Bergamini, 1931. p. 25-28

Agradecimento aos competentes trabalhos de Vitor Hugo Pereira (revista da Cooperativa Santa Clara), Amilton Cardoso Elias (O Centenário do Herd Book Collares), e do Sul-Rural de out/nov de 1920.