Bem Vindo

- Com esta série não é pretendido fazer história, mas sim é visado, ao lado das imagens, que poderão ser úteis aos leitores, a sintetizar em seus acontecimentos principais a vida da Cidade de Porto Alegre inserida na História.

Não se despreza documentos oficiais ou fontes fidedignas para garantir a credibilidade; o que hoje é uma verdade amanhã pode ser contestado. A busca por fatos, dados, informações, a pesquisa, reconhecer a qualidade no esforço e trabalho de terceiros, transformam o resultado em um caminho instigante e incansável na busca pela História.

Dividir estas informações e aceitar as críticas é uma dádiva para o pesquisador.

- Este Blog esta sempre em crescimento entre o Jornalismo, Causos e a História.

Haverá provavelmente falhas e omissões, naturais num trabalho tão restrito.

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- Acompanhe neste relato, que se diz singelo; a História e as Transformações de Porto Alegre.

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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Exposição Agropecuária e Industrial do RS - 1901

Exposição Estadual - 1901

Exposição Agropecuária e Industrial do RS

Grande Exposição Estadual do Rio Grande do Sul

- A Exposição Agropecuária e Industrial do Rio Grande do Sul de 1901, também conhecida por Exposição Agroindustrial de 1901, foi uma exposição de produtos agro-pecuários e industriais que aconteceu em Porto Alegre.

- Foi parte do ciclo de exposições industriais realizadas pelo governo provincial, que incluíram a Exposição Riograndense, em 1866, a Exposição de 1875 e a Exposição Brazileira-Allemã, 1881.

- Buscando atenuar as feridas da Revolução de 1893, Borges de Medeiros oficializa a Exposição com o decreto n° 235 de 04 de abril de 1899. O objetivo era marcar o início do século XX e exibir o desenvolvimento do Rio Grande do Sul em todas as suas atividades.

- Sob a direção do notável e benemérito Presidente do Estado Dr. Antonio Augusto Borges de Medeiros, e, do igualmente operoso e benemérito Intendente Municipal, Dr. José Montaurí de Aguiar Leitão, foi organizada nos anos de 1899 e 1900, uma exposição estadual.

Inauguração

- A exposição foi inaugurada solenemente em 24 de Fevereiro de 1901, que ocorreu as treze horas e o público recebeu permissão para adentrar ao recinto a partir das quinze horas.
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Inauguração da Exposição Estadual 
24 de fevereiro de 1901
Visita do Governador Borges de Medeiros e esposa, do Arcebispo de Porto Alegre Dom Claudio Ponce de Leon e comitiva 
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À direita o pavilhão do município de Porto Alegre.
A esquerda avista-se o pavilhão da apicultura e no mesmo plano o velódromo.
No lado superior direito o antigo "Circo das Touradas".
Ao fundo, à esquerda, o Campo da Redenção e o Colégio Militar.


O grande público acorreu naquele dia da inauguração - 1901

- A Exposição Estadual foi um grande êxito para o Estado do Rio Grande do Sul, tanto para suas fontes de produção, como para a indústria e profissão, para a arte e a arte profissional, assim como para o Governo do Estado.

Pavilhões

Estavam representados 60 municípios.
Apenas oito municípios gaúchos tiveram pavilhões próprios na exposição.

- 2.200 expositores,
- 8.872 objetos classificados, mostrando as suas riquezas naturais, fauna, flora, indústria manufatureira e pastoril, artes e ciências.

Foram mais de 80.000 itens expostos entre produtos, animais e equipamentos.

Pavilhão Caxias do Sul
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Pavilhão Uruguayana
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Pavilhão São Sebastião do Caí
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Pavilhão Montenegro
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Pavilhão Rheingants
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Pavilhão de produtos Rio-grandense
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Pavilhão Schroder e Minaberry - Drogaria Martel

Stands
 Produtos Riograndense
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Stand de conveniências e miudezas
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Expositor
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- Esta Exposição marcou o início do século XX, destinada a exibir o desenvolvimento do Rio Grande do Sul e de sua capital Porto Alegre em todas as suas atividades.
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Damas e Cavalheiros em seus trajes elegantes
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Stand
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Vista Geral da Exposição
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Encerramento

- A feira foi encerrada em 02 de junho de 1901, tendo contabilizado mais de 67 000 visitantes durante 98 dias de funcionamento, numa média de 6.836 pessoas por dia, números muito bons para uma Porto Alegre com 70 000 habitantes.

Aconteceu na Exposição partir de 1901

O Museu Julio de Castilhos o mais antigo do RS, fundado em 1903, como Museu do Estado, por decreto assinado pelo então presidente do estado Dr. Borges de Medeiros, a instituição foi criada afim de abrigar objetos que vinham sendo coletados desde 1901, e estavam sediados nos pavilhões construídos para 1ª Exposição Agropecuária e Industrial do RS.
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Virgílio Calegari, participou de mostras nacionais e internacionais, tendo obtido várias premiações, como a Exposição Comercial e Industrial de 1901 em Porto Alegre (medalha de Ouro) e na Saint Louis Purchase Exposition, nos Estados Unidos, em 1904 (medalha de Prata) entre outras, foi colaborador das Revistas Ilustradas Kodak e Máscara.
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Antonio Henriques da Fonseca na exposição de 1901, na exposição estadual, apresentou o primeiro motor a querosene fabricado no Brasil. Foi premiado com medalha de ouro.
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Há cem anos, o pioneiro Adão Aloísio Rockenbach, exultava de alegria com a
conquista de uma Medalha, com o vinho branco, com o que participou da Grande Exposição do
Rio Grande do Sul, realizada em Porto Alegre, a partir de 24 de fevereiro de 1901.
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Ganharam medalha de ouro, o caiense Guilherme Rasche (de Nova Petrópolis), pela farinha de trigos montenegrinos J. Renner & Cia,
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Pela banha das marcas Estrela e Flor Ernesto e Guilherme Petzhod,
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Pelo salame, presunto, Guilherme Bergmann.
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Na sala Rafael Pinto Bandeira, dedicada aos produtos industriais, os expositores montenegrino Ernesto e Guilherme Petzhold apresentaram uma linguiça inteira com 60 metros de comprimento e quatro qualidades de recheio.
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No pavilhão dedicado a "instrumetos e máquinas para a agricultura e outros misteres", a empresa montenegrina Scherer e Backes expôs, um arado, uma grade para preparar a terra, a empresa Schamaedek e Löff também expôs um arado e Miguel Theobaldo (provavelmente Theobald, de Harmonia, apresentou um carrinho de mão).
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- Abaixo observamos algumas informações sobre a indústria têxtil do Rio Grande do Sul e o que estava sendo produzido em relação aos artigos identificados com a moda. (grafia da época)

Fiação e Tecidos
Catálogo da Exposição Estadual de 1901 em Porto Alegre:
“Pode-se affirmar que é esta uma das industrias que mais salienta-se nesta exposição, augurando um porvir que não irá longe para a prosperidade e riqueza do Estado.”
Ella exhibe-se por milhares de exemplares, desde a matéria prima até os artefatos mais custosos da manufatura, que enchem vastos salões do edifício central e, constituem objeto exclusivo do elegante pavilhão da União Fabril, reproduzindo ainda vantajosamente em todos os pavilhões municipaes.
Salientam-se os produtos de exportação no ano de 1899 os seguintes: - casimiras, lã bruta, ponches de palla, cobertores, coxinilhos, chapéus, meias, espartilhos, representando o valor de 6.385: 468$000.

A indústria da seda no Brazil já obteve os mais brilhantes triumphos na expôsição internacional de Philadelphia em 1876, continental Argentina.
Em 1882 e sul- americana de Berlim em 1886, oferecendo productos similares iguaes, senão superiores aos europeus.
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Vestuários e Acessórios
Expositor Cezar Bonatto:
03 chapéos de palha
06 chapeos de palha de carnaúba.
06 chapeos pequenos de palha.
01 blusa de brim pardo para guarda municipal do interior
01 par de chinellos de couro com pello branco, forrado de marroquim.
01 par de chinellos de courinho com pello e pompons brancos.
01 par de chinellos de courinho com pello branco e fivela.
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Expositora Carmem Maria de Listar- estabelecida com fábrica de camisas denominada “Estrella do Sul”:
09 caixas com camisas diferentes
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Expositor José Rognome:
24 chapéos diferentes de feltro
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Expositores J Pabst & Sucessores de Oscar Schaitza com fábrica de gravatas e espartilhos. Premiado na exposição Columbiana e Leipzig- Rua dos Voluntários da Pátria nº 76:
12 manequins com espartilhos
24 espartilhos
50 caixas com gravatas
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Segunda Divisão

Tarquínio Zambelli chegou em Caxias em 1883. Diplomado pela Escola de Belas Artes de Milão, obviamente, encontrou aqui uma acanhada vida cultural na colônia recém fundada. Zambelli virou santeiro, foi ganhar a vida com estátuas e esculturas destinadas a igrejas. É dele, por exemplo, a imagem de N. S. do Rosário da Igreja das Dores em Porto Alegre, e um Divino Espírito Santo da catedral de Caxias.

Em 1900, faz a representação do que encontrara aqui. Numa peça de grande dimensão, aparece a vila, casa, bodega, animais, a pequena rua. E ainda uma lavoura, espigas, um menino que segura uma enxada, a nascente agricultura. Com este trabalho conquista a medalha de ouro na Exposição Estadual de 1901, em Porto Alegre — então o maior espaço para os produtos do Rio Grande, e com uma seção para as artes.
Seus filhos também seguiriam na arte sacra e com um ateliê que fez história. Michelangelo, o filho do meio (autor da imagem do Senhor Morto na Igreja do Santo Sepulcro; que nunca fui conferir, fonte: Athos Damasceno) casaria com uma filha de Pedro Stangherlin. Acontece que Stangherlin era o grande concorrente de Tarquínio. O conhecimento da arte que dava autoridade a Tarquínio, contrastava com Stangherlin que chegou aqui antes, em 1876, entre as primeiras levas de imigrantes.
Autodidata, Stangherlin trabalhava a escultura em madeira. Fez uma N. S. do Carmo, que pertence à catedral de Caxias, e a imagem de N. S. do Caravaggio, lá no Santuário em Farroupilha.
Tarquínio tinha escola. Stangherlin, talento espontâneo. Por isso, talvez, Stangherlin jamais se conformou com o segundo lugar naquela exposição de 1901, perdendo para Zambelli. Dedicou 11 meses de trabalho também na representação de Caxias, uma jovem colona em trajes típicos, trazendo a bandeira brasileira e nos cabelos uns cachos de uva.
Irritado com a decisão do júri, Stangherlin determinou o imediato recolhimento da sua escultura e a devolução para casa. Na volta (lancha até o Caí e carreta até Caxias), estragaram a estátua. Apesar de várias propostas de compra, sequer retiraria a peça de um caixote. Ficou guardada durante 11 anos até a sua morte, em 1912.
Aquele inconformado Stangherlin, por certo, refutaria este “espírito segunda divisão” que tomou Caxias em 2008, seja em música, teatro, literatura, na visão de mundo, enfim.
(Texto publicado no jornal Pioneiro)
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O Mestre Aloys
O mestre Aloys, expôs o seguinte:
Um monumento em Grêz
Um monumento em mármore.
Uma cruz em mármore com o cruxificado
Uma cruz em mármore ricamente ornamentada com flôres.
Estes trabalhos fizeram juz a medalha de ouro pela Secção de Belas Artes.
Sôbre êste assunto, o mestre Aloys relata mais alguns pormenores:
Os trabalhos acima mencionados tinham sido classificados naturalmente no grupo; e julgados pelos juizes dêste grupo. Entre estes juizes se contava o Snr. Joaquim da Silva Ribeiro, proprietário de uma das primeiras fábricas de artigos de cimento. Durante a inspeção e exame dos dois monumentos, êste Snr., quando, como perito, verificou que as duas coluninhas laterais do Monumento em grês havia sido executadas no próprio bloco, quasi teve um extasi profissional; ele caminhava em redor do Monumento, chamando a atenção de seus colegas de julgamento para esta maravilha da arte profissional. Assim como o monumento e as cruzes de mármore foram aprovados como muito bom, o laudo dos juizes foi: Medalha de ouro com distinção. A decisão e confirmação final estava em mãos do presidente da exposição, sendo também presidente dos juizes de julgamento. Dr. José Montaurí de Aguiar Leitão, Intendente Municipal. Aguardei com crescente impaciência a publicação no jornal oficial, mas descobri que o Sr. Intendente não se pronunciou. (Texto da época)

A Exposição Estadual de 1901, fora precedida pelas:

- Exposição Riograndense (1866),

- Exposição Brasileira-Alemã (1881), ambas durante o Governo Imperial.

A atual Expointer remonta da Feira ao longínquo ano de 1901, quando foi realizada a primeira Exposição Estadual do RS no antigo Campo da Redenção na capital Porto Alegre.

Em 1909, a Exposição passou a ser realizada no Prado Riograndense, em que foi construído o Parque de Exposições Menino Deus, no bairro de mesmo nome.

Em função de insuficiente espaço, o governo do Estado adquiriu entre 1967 e 1969 uma área de 64 hectares da Fazenda Kroeff, no município metropolitano de Esteio, instalando ali o Parque Estadual de Exposições, cuja primeira edição foi realizada em 1970.

Em 1972, a Exposição foi internacionalizada.

Em 1977, a área recebe sua denominação atual: Parque de Exposições Assis Brasil, em homenagem a um dos mais importantes políticos e produtores rurais do Estado no começo do século XX.


6 comentários:

  1. Acabei de ver uma espécie de moeda ou medalha deste evento. Não vi até agora nenhuma imagem na internet do dito objeto. Alguém tem alguma informação desta medalha/moeda e de sua importância?

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    1. A Cia Fábrica de Papel CFPP da Antiga Pedras Brancas de outrora hoje Guaíba recebeu medalhas em 1901 e 1903 pela qualidade do papel fabricado.

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  2. Olá! Preciso falar com o responsável pelo site para saber se posso reproduzir as fotos em uma publicação sobre a Expointer. Como faço?
    Sou editora da Revista AG, co-irmã da revista A Granja, e sou responsável pela referida publicação. Meu whatsApp é 51 9 9519 11 65 se puderem retornar. E meu e-mail é thaise@revistaag.com.br (ou @edcweb.com.br).

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  3. tenho a medalha de prata , recebida pelo meu avo , cofecção de artigos de couro ( selaria) Philip Mohr

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  4. Tenho uma medalha de prata da exposição de 1901, herança de meu avô. . .

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